Amnistia Internacional lança petição contra tortura e rapto de homossexuais na Chechénia

por RTP
Marko Djurica - Reuters

A Amnistia Internacional incitou as autoridades russas a investigarem as alegadas práticas de rapto e tortura de homossexuais na Chechénia. A ONG lançou esta quarta-feira uma petição a exigir que os responsáveis sejam levados à justiça.

Segundo um comunicado da organização, "a Amnistia Internacional exorta as autoridades russas a encetarem prontamente investigações eficazes aos relatos e testemunhos avançados há dias pelo jornal Novaya Gazeta de que estão a ser raptadas e torturadas pessoas identificadas como homossexuais na república federada russa da Chechénia".

A ONG exige também que os responsáveis pelos crimes "sejam julgados em procedimentos que cumpram os padrões internacionais de julgamento justo".

Uma fonte do gabinete da AI em Lisboa disse à agência Lusa que, em menos de duas horas depois de a versão em Português da petição ter sido lançada, já tinha sido subscrita por mais de 230 pessoas.
"Clima de intolerância e homofobia"

A organização de defesa dos Direitos Humanos considera ser "imperativo" as autoridades russas tomarem "todas as medidas necessárias para garantir a segurança de quaisquer pessoas que estejam em risco de perseguição e violência na Chechénia devido à sua orientação sexual, real ou como é percecionada".A petição lançada a nível global é dirigida ao presidente da Comissão de Investigação russa, Aleksandr Ivanovich Bastrikin, e ao diretor Serguei Sokolov.

Por outro lado, incentiva as autoridades russas a "repudiarem nos termos mais fortes possíveis" quaisquer "atitudes e discursos discriminatórios oriundos de responsáveis governamentais".

Para a Amnistia Internacional, o "clima de intolerância e homofobia prevalecente na Chechénia é encorajado pelas próprias autoridades da república russa”.

"Os chamados crimes de honra (crimes com motivos discriminatórios) são praticados por todo o norte do Cáucaso, em especial na Chechénia, com total impunidade. A Amnistia Internacional considera que as autoridades chechenas estão em negação sobre os testemunhos tornados públicos", indica a AI no mesmo comunicado.
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