O Governo de Angola pretende lançar em junho um concurso de prospeção de novos blocos na bacia do Namibe, disse à Lusa Agostinho Pereira de Miranda, advogado de várias petrolíferas internacionais com investimentos no país.
"Sobre os trabalhos de pesquisa e prospeção, há oito anos que não há qualquer concurso, e o primeiro vai ter lugar em junho deste ano, havendo já compromissos de princípio com pelo menos duas `majors` [principais petrolíferas mundiais] que têm interesse nesses novos blocos da bacia do Namibe", disse o sócio fundador da Miranda & Associados à Lusa.
Questionado sobre quais são essas companhias, Agostinho Pereira de Miranda disse que "de acordo com a imprensa especializada", as duas companhias são a norte-americana ExxonMobil e a italiana ENI.
No final de dezembro, a ExxonMobil Corporation anunciou em Luanda que vai começar a prospeção de petróleo ao largo da costa da província do Namibe este ano, de acordo com um comunicado da petrolífera estatal Sonangol.
No documento, é indicado que as duas petrolíferas assinaram um memorando de entendimento, destinado a "reforçar os acordos de cooperação já existentes" e em que é definida a "intenção" de se assinar "contratos de serviços com riscos" para os blocos 30, 44 e 45, situados na bacia do Namibe.
O Namibe é a única província do litoral angolano que não tem qualquer projeto de prospeção de petróleo.
Angola é atualmente o segundo maior produtor de petróleo em África (apenas atrás da Nigéria) com uma produção diária em torno dos 1,5 milhões de barris e está à procura de ultrapassar a crise provocada pela queda do preço nos mercados internacionais, pela redução da produção interna e, ao mesmo tempo, a necessitar de novas infraestruturas a outros poços a necessitar de manutenção.
