Antecipando-se a Pequim. União Europeia e Estados Unidos querem criar código de conduta para a IA
A União Europeia e os Estados Unidos anunciaram esta quarta-feira que vão criar e apresentar nas próximas semanas um “código de conduta” para a Inteligência Artificial. O objetivo é que as novas medidas entrem em vigor nos países considerados democráticos e que se apliquem a todos os setores onde estiver presente a IA.
“Trata-se de estabelecer códigos de conduta voluntários para todos os países que tenham as mesmas ideias que nós”, explicou Blinken, numa altura em que emergem receios sobre a forma como Pequim vai regulamentar o setor na China.
De acordo com a Agence France Presse, Margrethe Vestager revelou ainda que a proposta final está para breve e que poderá dar a oportunidade às gigantes tecnológicas como a Meta e a Google de se comprometerem com um acordo de longo prazo.
Sam Altman, fundador do ChatGPT, também esteve presente numa reunião em que a IA é cada vez mais um dos temas em debate no Conselho do Comércio e das Tecnologias, órgão criado em 2021 com o aval de Washington e dos 27 Estados da União Europeia.
“A União Europeia e os Estados Unidos partilham o ponto de vista de que as tecnologias como a Inteligência Artificial abrem grandes oportunidades mas também comportam grandes riscos para a sociedade”, sublinha o comunicado final da reunião.
A União Europeia vai ser a primeira a aplicar regulamentação e um quadro jurídico completo e obrigatório para a IA no sentido de conter riscos mais do que certos. No entanto, só em finais de 2025 este quadro jurídico deverá entrar em vigor.
Pequim também está a trabalhar um plano de regulação, apontando a “inspeções de segurança” às ferramentas utilizadas pela IA. Em Washington, apesar das conversações para a criação do código de conduta, ainda não existem documentos oficiais. Neste atraso face à China, os parceiros atlânticos temem que a regulação chinesa venha a assumir um carácter mundial.