Arrufo entre Estados Unidos e Coreia do Norte após dois anos de namoro

por RTP
Kevin Lamarque, Reuters

Pyongyang regressou aos ataques verbais ao Presidente norte-americano, apelidando Donald Trump de “velhote”, depois de este ter voltado a ameaçar a Coreia do Norte com uma intervenção militar. “Um velhote na sua decadência” foi a expressão usada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do regime coreano.

O ministério afirmou que se Trump estava a pensar em tornar-se belicoso, isso era sinal de “uma recaída de um velhote na sua decadência”. Não é a primeira vez que Pyongyang deita mão deste léxico para se referir a Trump.

A primeira vez que se referiu ao presidente americano como “um velhote” foi em 2017. Depois disso aconteceram entretanto vários encontros entre os líderes dos dois países, com a aparência de um bom relacionamento entre Trump e Kim Jon-un, o líder norte-coreano, a ficar nos registos da história.

Depois da reunião de Singapura, em Junho do ano passado, Trump e Kim voltaram a encontrar-se este ano durante o mês de Fevereiro, com o dossier da desnuclearização da Península Coreana novamente em cima da mesa.

No preâmbulo destes encontros esteve sempre a ideia de que as negociações para tornar a região uma zona livre da ameaça nuclear dependem muito de cedências mútuas: por exemplo, o fim – ou pelo menos abrandamento – das manobras militares conjuntas que os Estados Unidos costumam realizar com a Coreia do Sul, de um lado, e um ponto final posto por Pyongyang nos testes dos seus mísseis balísticos, do outro.

No entanto, em Agosto o regime testou pelo menos dois mísseis de curto alcance. E com os testes regressou a retórica hostil entre Pyonyang e Washington. Os norte-coreanos dizem aguardar até ao final do ano novas concessões da parte dos americanos e deixam o aviso de que se assim não acontecer o regime irá adotar uma nova atitude.

Num epíteto que remonta a uns anos atrás, esta terça-feira, durante a cimeira da NATO, em Londres, Trump voltou a referir-se a Kim Jon-un como o “rocket man” (“Homem Foguete”).

No que também acentua a ideia de um possível passo atrás no relacionamento entre os dois líderes, Trump afirmou que os Estados Unidos não abdicam da possibilidade de usar força militar contra Pyongyang.

A reação dos norte-coreanos ficou a cargo do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Choe Son-hui: “Se a linguagem e as expressões que alimentam uma atmosfera de confronto voltam a ser usadas num momento crucial como o atual, o diagnóstico aponta para a recaída de um velhote na sua decadência”.

Há um par de anos, Kim Jon-un tinha-se referido a Trump como “um velhote mentalmente perturbado”.
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