As grandes surpresas das eleições em Israel

por RTP
Nir Elias, Reuters

As surpresas eram inevitáveis nas eleições deste ano em Israel, embora ninguém pudesse prever em que escala. Contra todas as sondagens e expectativas, Benjamin Netanyahu foi o grande vencedor das eleições legislativas cumprindo assim o quarto mandato como primeiro-ministro de Israel.

O presidente de Israel tem agora sete dias para formalizar o convite a Benjamin Netanyahu para formar governo. Em aberto estão duas opções: uma coligação mais ligada à direita, que ameaça complicar ainda mais as relações internacionais; ou um acordo mais ao centro, com um governo de unidade nacional, incluindo o partido trabalhista, que será menos viável.
Surpresa 1: vitória de Netanyahu
O jornal israelita Haaretz aponta as grandes surpresas das eleições em Israel. A primeira é a vitória de Benjamin Netanyahu, talvez o único que não ficou surpreendido com a vitória, independentemente dos escândalos e acusações de que foi alvo.

Netanyahu sempre insistiu que tinha um amplo apoio na opinião pública israelita e que uma maioria o queria como primeiro-ministro. Perante as sondagens desfavoráveis, Netanyahu batalhou nos últimos dias para conquistar os indecisos.
Surpresa 2: falhanço do parceiro de Governo
Como segunda surpresa apontada pelo diário Haaretz, surge Naftali Bennett, líder do partido ultranacionalista Bait Yehudi. “Era suposto ser a luz brilhante e o príncipe herdeiro da liderança de direita”.

Netanyahu quis fortalecer-se não só contra Yair Lapid mas também contra Bennett, que vai ter lugar no próximo governo de Netanyahu, mas numa posição muito mais fraca.Surpresa 3: falhanço da velha esquerda
Outra das surpresas foi Meretz, o partido de referência da esquerda em Israel, que se arrisca agora a não conquistar os cinco assentos - mínimo exigido para a representação parlamentar.
Surpresa 4: sucesso da coligação árabe
“A oportunidade que cresceu por trás da lista da União Sionista à sua direita e da Lista Conjunta (Arab) à sua esquerda provou ser devastadora. O líder do partido, Zehava Galon, assumiu a responsabilidade pelo seu fracasso e anunciou que vai renunciar ao cargo de presidente do partido”.
Surpresa 5: falhanço de Libermann
Outra das surpresas apontadas pelo diário israelita foi a do chanceler Avigdor Lieberman e do seu partido Yisrael Beitenu. A sua liderança foi afetada por escândalos de corrupção.

Como ministro dos Negócios Estrangeiros, ele estava encarregado das relações internacionais e tem-se destacado pelos ataques duros contra os árabes. As sondagens atribuem-lhe seis lugares no Knesset.

De acordo com o diário Haaretz, diversas fontes dizem que Lieberman tem ambições de se tornar o próximo Ministro da Defesa e que poderá estar bem colocado para o conseguir.

A separação entre os dois líderes rivais do partido Shas sempre mostrou que Arye Dery tinha vantagem. Segundo o jornal Jerusalem Post, Netanyahu enviou convites aos líderes do Bayit Yehudi, do Kulanu, do Yisrael Beytenu e do Shas para iniciarem conversas com vista à formação de governo. São partidos de direita, de inspiração nacionalista ou religiosa. Contudo, o mesmo jornal avança que não é improvável que a União Sionista venha também a ser contactada.Surpresa 6: falhanço das sondagens
O fracasso total das sondagens é a outra das surpresas apontadas pelo diário Haaretz, que refere que a diferença entre as sondagens e os resultados reais foi esmagadora. O mesmo diário avança que a diferença entre os números que os israelitas viram antes de irem dormir, na noite de terça-feira, e aqueles que os surpreenderam nesta quarta-feira foi como se como se um milagre tivesse ocorrido durante a noite ou o seu pior pesadelo se tivesse tornado realidade.
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