As autoridades norte-americanas identificaram o homem que no sábado sequestrou quatro pessoas numa sinagoga do Texas, nos Estados Unidos, como Malik Faisal Akram, cidadão britânico de 44 anos. Duas pessoas foram detidas em Manchester, noroeste de Inglaterra, por alegado envolvimento.
“As operações da polícia contra o terrorismo (CTP) continuam a ajudar a investigação lideradas pelas autoridades norte-americanas, e as forças policiais da região estão em contacto com as comunidades locais para implementar medidas, para dar mais segurança”, revelou a polícia de Manchester em comunicado.
O sequestro na sinagoga da congregação Beth Israel situada na pequena localidade de Colleyville, a 40 quilómetros de Dallas, durou dez horas até que uma equipa de intervenção do FBI entrou no edifício, libertando os reféns. Ouvidos disparos e uma explosão, o sequestrador morreu na operação, desconhecendo-se se morto pela polícia federal ou se por suicídio.
A Scotland Yard confirmou que a polícia antiterrorista britânica esteve “em contacto com autoridades americanas e colegas do FBI".
Em Filadélfia, o presidente dos Estados Unidos classificou domingo o sucedido como um "ato de terrorismo" e confirmou os relatos de que o sequestrador pediu a libertação de Aafia Siddiqui, neurocientista paquistanesa condenada por um tribunal americano a 86 anos de prisão, e que está detida no hospital-prisão de Fort Worth, perto de Dallas.
Apesar de afirmar que não tinha todos os dados, Biden acrescentou que Akram comprou as armas usadas no sequestro na rua depois de desembarcar nos EUA. Não se sabe, para já, quando é que o sequestrador chegou ao país e com que visto.
Como o serviço religioso de sábado estava a ser transmitido em direto através do Facebook, o sequestrador pôde ser ouvido por várias pessoas.
"Há algo de errado com a América", disse o homem, de acordo com a agência AFP, que seguiu a transmissão até esta ser interrompida pelo Facebook.
"Eu vou morrer", disse também, pedindo repetidamente a um interlocutor não identificado para falar ao telefone com a sua “irmã", referindo-se a Aafia Siddiqui, condenada em 2010 por alegadamente tentar matar militares norte-americanos e agentes do FBI, enquanto se encontrava sob custódia no Afeganistão.
Aafia Siddiqui, de 49 anos, foi a primeira mulher suspeita pelos Estados Unidos de ligações com a rede islâmica responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, o que lhe valeu a alcunha de "Lady Al-Qaeda".
Aafia Siddiqui foi para os Estados Unidos aos 18 anos, para morar com o irmão e estudar na prestigiada universidade MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), em Boston, obtendo depois um doutoramento em neurociência pela Brandeis University.
A sua libertação tem sido exigida por muitos, desde logo pelo Paquistão.Não foi ataque à comunidade judaica
O FBI, o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos, afirmou domingo que Malik Faisal Akram estava focado numa questão específica e não na comunidade judaica.
“Nesta altura, não há indicação do envolvimento de mais ninguém”, disse a polícia federal americana, em comunicado, acrescentando que as investigações continuam.
O Reino Unido considerou que o sequestro é “um ato de terrorismo e antissemitismo”.
My thoughts are with the Jewish community and all those affected by the appalling act in Texas. We condemn this act of terrorism and anti-semitism.
— Liz Truss (@trussliz) January 16, 2022
We stand with US in defending the rights and freedoms of our citizens against those who spread hate. 🇬🇧 🇺🇸 👇 https://t.co/36Eb8lRQTV
Deeply concerned by the news from Texas. We condemn entirely this shocking act on people practising their faith. Our thoughts are very much with those involved and the Jewish community in Colleyville, TX and across America.
— Karen Pierce (@KarenPierceUK) January 16, 2022
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c/ agências