Ataque mata sete pessoas e fere 20 em campo de refugiados da minoria Rohingya no Bangladesh

por RTP
Campo de refugiados Rohingya. Fronteira entre Myanmar e Bangladesh / Arquivo Jorge Silva - Reuters

Os agressores mataram pelo menos sete pessoas nesta sexta-feira num ataque a uma área de culto islâmico num campo de refugiados de Rohingya, no Bangladesh, na fronteira com a Mianmar, disse a polícia. Algumas pessoas foram mortas tiro, outras foram esfaqueadas, disse um chefe de polícia regional à AFP. As mortes acontecem no momento em que a tensão aumenta após o homicídio de um líder Rohingya num dos campos, há três semanas.

No campo de refugiados de Balukhali, os agressores dispararam contra algumas pessoas e esfaquearam outras com facas, disseram as autoridades.

Fontes no campo disseram que homens não identificados atacaram um espaço religioso dedicado ao culto islâmico no Bloco H-52 do Campo número 18, antes do amanhecer.

As mortes acontecem num momento em que a tensão aumenta nos campos depois que um líder da comunidade Rohingya ter sido assassinado a tiro junto do escritório, há três semanas.

Quatro pessoas morreram instantaneamente no ataque e outras três acabaram por morrer no hospital do campo de Balukhali. A polícia  confirmou que 20 pessoas ficaram feridas mas não explicou o que motivou os confrontos, de acordo com o India Today.

"Prendemos um agressor imediatamente após o incidente", declarou Shihab Kaisar Khan, chefe da polícia, citado na NDTV.

O homem foi encontrado com uma arma, seis cartuchos de munição e uma faca, acrescentou.
Estes campos fronteiriços abrigam mais de 900 mil refugiados da minoria Rohingya, fugidos da violência de Mianmar.

Muitos militantes Rohingya esconderam-se desde a morte do defensor dos direitos humanos Mohib Ullah. 

Alguns ativistas culparam o Exército de Salvação Arakan Rohingya (ARSA) pela morte.

ARSA é o grupo por trás dos ataques às forças de segurança de Mianmar em 2017 que desencadearam uma repressão militar e um êxodo em massa para Bangladesh de 740.000 Rohingya.

O grupo armado negou as acusações.

Ativistas dizem que há um "clima de medo" crescente nos campos.

A polícia disse que a segurança foi reforçada enquanto investigam as causas do último tiroteio.
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