Atentados na Tunísia visam esquadras e polícias

por RTP
A polícia isolou os locais dos atentados de quinta-feira 27 de junho de 2019, em Tunes, capital da Tunísia Reuters

Dois atentados abalaram esta manhã a capital da Tunísia, Tunes, fazendo num primeiro balanço um morto e vários feridos entre as vítimas dos ataques. O alvo foram as forças de segurança, em diferentes locais da cidade. Os atentados não foram ainda reivindicados e não há suspeitos oficiais.

Um primeiro bombista suicida fez-se explodir junto a uma patrulha da polícia, na rua Charles de Gaulle no centro da capital. Um polícia morreu, e pelo menos outro e mais três civis ficaram feridos, revelou o Ministério do Interior tunisino.

Cerca de uma hora depois, outro bombista explodiu junto à esquadra do bairro de al-Qarjani, ferindo quatro pessoas.

Ambas as áreas dos atentados foram isoladas pelas forças de segurança, sob pesada vigilância.

O Governo tunisino tem enfrentado grupos militantes junto à fronteira com a Argélia desde a revolta da Primavera Árabe de 2011, que derrubou o líder autocrático Zine Abidine Ben Ali. A elevada taxa de desemprego tem igualmente provocado agitação social.

O ano de 2015 ficou marcado por uma vaga de atentados que visaram especialmente pontos turísticos, incluindo um museu na capital e uma praia em Sousse, que fizeram vários mortos.

Um terceiro ataque atingiu a guarda presidencial em Tunes, matando 12 pessoas. O grupo islamita Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade e o Governo tunisino decretou o estado de emergência em novembro desse ano.

Apesar da segurança ter melhorado desde então, os atentados refletiram-se especialmente no turismo, agravando a crise económica que a Tunísia atravessa.

Em outubro passado a relativa acalmia de anos recentes foi interrompida quando uma mulher se fez explodir no centro de Tunes, ferindo 15 pessoas, entre as quais 10 polícias.

O início do ano de 2018 assistiu igualmente a manifestações e protestos violentos contra a austeridade, que abalaram Tunes durante três dias, em janeiro. Mais de 200 pessoas foram detidas.
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