O Bloco de Esquerda pede ao ministro dos Negócios Estrangeiros que o navio tenha bandeira portuguesa, para que continue a trabalhar ao serviço de organizações não-governamentais para resgatar pessoas no Mediterrâneo. Este navio ficou sem bandeira por decisão da autoridade portuária do Panamá, já depois do mesmo ter acontecido com o registo de Gibraltar.
Desde fevereiro de 2016, o Aquarius já resgatou quase 30 mil pessoas. O bloquista lembra que só em 2018 morreram mais de 1.200 pessoas no Mediterrâneo, o que demonstra “a importância de termos navios como este a salvar pessoas”.
Pedro Filipe Soares acredita que o pedido do BE será aceite pelo governo português e lembra as palavras de Augusto Santos Silva há uns meses quando disse que os migrantes “não são carga, têm direitos e devem ser tratados com humanidade”, apontando o dedo ao governo italiano. Portugal recebeu mesmo refugiados vindos de navios que Itália não aceitou receber. Portugal “já bateu o pé a Itália”, argumenta o deputado bloquista.
“O que dizemos ao Governo português é: vamos então dar o passo para dizer que a política de xenofobia do governo italiano não tem sucesso”, desafia o BE, que pretende ainda averiguar se Portugal pode receber os 58 migrantes que estão a bordo do navio sem conseguirem desembarcar.
O Aquarius é o “último dos navios a operar”, lembra o BE. “Todos os outros foram pressionados das mais diversas formas” para deixarem de operar.
Para Pedro Filipe Soares, a continuação da atividade destes navios é essencial para salvar vidas, mas também para “fiscalizar” a atuação das autoridades marítimas como a italiana que, por vezes, “olham para o lado” em vez de resgatarem os migrantes.