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Bielorrússia acusa França de "pirataria aérea" após ter barrado a entrada de um avião de Minsk
Um avião comercial bielorrusso viajava com destino a Barcelona quando foi obrigado a voltar atrás, esta quarta-feira, após ser alertado pela Polónia sobre a possibilidade de ser barrado à entrada do espaço aéreo francês. O Governo bielorrusso acusa França de "pirataria aérea".
O voo 2869 da companhia aérea estatal bielorrussa Belavia tinha saído de Minsk e estava programado para aterrar em Barcelona na tarde desta quarta-feira. No entanto, segundo confirma o site Flightradar24, o avião foi obrigado a dar meia-volta após ser alertado pela Polónia dos bloqueios impostos pelo Governo francês à Bielorrússia.
“O piloto recebeu informações de que o espaço aéreo francês estava bloqueado e que poderia ter problemas para entrar”, explicou o porta-voz da Agência de Serviços de Navegação Aérea da Polónia, Pawel Lukasiewicz, à agência Reuters.
O Governo bielorrusso já se pronunciou e acusa França de “pirataria aérea” por ter negado a entrada de um avião de Minsk no seu espaço aéreo.
“É um facto absolutamente escandaloso e um ato imoral. Honestamente, é praticamente pirataria aérea”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Anatoly Glaz, em comunicado, citado pela agência France-Presse.
O Conselho Europeu anunciou na terça-feira que o espaço aéreo da Bielorrússia ficará sujeito a uma total interdição. Os líderes da União Europeia decidiram solicitar às companhias europeias para evitar o espaço aéreo bielorrusso, enquanto banem as transportadoras da Bielorrússia na Europa, exigindo ainda mais sanções contra o regime de Lukashenko.
A decisão da UE surge em consequência do desvio de um voo civil da Ryanar, no domingo, por parte do Governo bielorrusso para deter um jornalista dissidente. O jornalista, Roman Protasevich, seguia a bordo do avião que fazia a ligação entre Atenas e Vilnius quando foi intercetado e obrigado a aterrar na capital bielorrussa devido a uma alegada ameaça de explosivos a bordo. À chegada, todos os 120 passageiros foram forçados a abandonar o aparelho e o jornalista, um dos principais opositores do regime de Lukashenko, foi detido.
O ministro francês dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, anunciou na segunda-feira que a França suspendeu a autorização para voos da companhia aérea Belavia cruzarem o seu território. A companhia aérea estatal bielorrussa afirma que foi impedida de voar para a Lituânia, Letónia, França, Suécia, Grã-Bretanha, Finlândia, República Checa e Ucrânia.
Esta quarta-feira, o presidente da Bielorrússia falou pela primeira vez publicamente sobre a polémica. Alexander Lukashenko rejeita a acusação de sequestro do voo para prender o jornalista e acusa a oposição de querer levar o país para a guerra. Lukashenko, que está a ser acusado de fraude nas eleições de 2020, diz que agiu de forma legal para proteger os passageiros da ameaça de bomba e garante que não tinha conhecimento da presença de Roman Protasevich no avião.
Em reação às declarações de Lukashenko, António Costa considerou que foi o líder bielorrusso quem "ultrapassou todas as linhas vermelhas" e exigiu a libertação não só de Roman Protasevich, mas de todos os presos políticos.
A Bielorrússia mergulhou numa crise política após terem sido conhecidos os resultados das eleições presidenciai, em agosto de 2020, que atribuíram a vitória a Lukashenko – no poder há mais de duas décadas – com 80 por cento dos votos. No cargo há 26 anos, o presidente da Bielorrússia é conhecido como “o último ditador da Europa”.
A oposição denunciou a eleição como fraudulenta e reivindicou a vitória nas presidenciais.
Desde então, o país testemunhou uma vaga de protestos populares para exigir o afastamento de Lukashenko, manifestações conduzidas pela oposição que têm sido reprimidas com violência pelas forças de segurança da Bielorrússia. Há registo de centenas de presos políticos.
“O piloto recebeu informações de que o espaço aéreo francês estava bloqueado e que poderia ter problemas para entrar”, explicou o porta-voz da Agência de Serviços de Navegação Aérea da Polónia, Pawel Lukasiewicz, à agência Reuters.
O Governo bielorrusso já se pronunciou e acusa França de “pirataria aérea” por ter negado a entrada de um avião de Minsk no seu espaço aéreo.
“É um facto absolutamente escandaloso e um ato imoral. Honestamente, é praticamente pirataria aérea”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Anatoly Glaz, em comunicado, citado pela agência France-Presse.
O Conselho Europeu anunciou na terça-feira que o espaço aéreo da Bielorrússia ficará sujeito a uma total interdição. Os líderes da União Europeia decidiram solicitar às companhias europeias para evitar o espaço aéreo bielorrusso, enquanto banem as transportadoras da Bielorrússia na Europa, exigindo ainda mais sanções contra o regime de Lukashenko.
A decisão da UE surge em consequência do desvio de um voo civil da Ryanar, no domingo, por parte do Governo bielorrusso para deter um jornalista dissidente. O jornalista, Roman Protasevich, seguia a bordo do avião que fazia a ligação entre Atenas e Vilnius quando foi intercetado e obrigado a aterrar na capital bielorrussa devido a uma alegada ameaça de explosivos a bordo. À chegada, todos os 120 passageiros foram forçados a abandonar o aparelho e o jornalista, um dos principais opositores do regime de Lukashenko, foi detido.
O ministro francês dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, anunciou na segunda-feira que a França suspendeu a autorização para voos da companhia aérea Belavia cruzarem o seu território. A companhia aérea estatal bielorrussa afirma que foi impedida de voar para a Lituânia, Letónia, França, Suécia, Grã-Bretanha, Finlândia, República Checa e Ucrânia.
Esta quarta-feira, o presidente da Bielorrússia falou pela primeira vez publicamente sobre a polémica. Alexander Lukashenko rejeita a acusação de sequestro do voo para prender o jornalista e acusa a oposição de querer levar o país para a guerra. Lukashenko, que está a ser acusado de fraude nas eleições de 2020, diz que agiu de forma legal para proteger os passageiros da ameaça de bomba e garante que não tinha conhecimento da presença de Roman Protasevich no avião.
Em reação às declarações de Lukashenko, António Costa considerou que foi o líder bielorrusso quem "ultrapassou todas as linhas vermelhas" e exigiu a libertação não só de Roman Protasevich, mas de todos os presos políticos.
A Bielorrússia mergulhou numa crise política após terem sido conhecidos os resultados das eleições presidenciai, em agosto de 2020, que atribuíram a vitória a Lukashenko – no poder há mais de duas décadas – com 80 por cento dos votos. No cargo há 26 anos, o presidente da Bielorrússia é conhecido como “o último ditador da Europa”.
A oposição denunciou a eleição como fraudulenta e reivindicou a vitória nas presidenciais.
Desde então, o país testemunhou uma vaga de protestos populares para exigir o afastamento de Lukashenko, manifestações conduzidas pela oposição que têm sido reprimidas com violência pelas forças de segurança da Bielorrússia. Há registo de centenas de presos políticos.
c/agências