Brad Smith. Portugal é um ótimo lugar para uma "startup" começar a vida

por Lusa
Brad Smith enalteceu os progressos feitos por Portugal no plano tecnológico Mário Cruz-Lusa

O presidente da Microsoft, Brad Smith, considera que Portugal tornou-se num "ótimo lugar" para uma "startup" começar a vida e contratar "pessoas talentosas", classificando de "notável" a mudança do país nos últimos anos.

"Recordo-me quando a Microsoft começou em Portugal, fiz parte dos primeiros dias do negócio e da vida da Microsoft em Portugal", lembrou Brad Smith, quando questionado sobre a sua visão sobre o país de uma empresa que marca vários anos no mercado português.

"A primeira coisa que gostaria de dizer é que é notável ver o quanto em Portugal mudou, o quão vibrante o setor de tecnologia se tornou em Portugal", prosseguiu em entrevista à agência Lusa, dando o exemplo da Web Summit, que esta quinta-feira termina em Lisboa.

"Veja como a própria Web Summit se encaixa hoje em Portugal", destacou Brad Smith. Atualmente, "temos 2.000 funcionários em Portugal e eu lembro-me quando a Microsoft tinha dois", comentou, a sorrir.

"Acho que Portugal se tornou um ótimo lugar para uma 'startup' começar a sua vida", considerou, salientando que o país também se tornou um "ótimo lugar para contratar pessoas talentosas".

E, acrescentou, "não é apenas em Lisboa", mas nas "múltiplas cidades e vilas em Portugal".

Sair da pandemia com Portugal

Brad Smith sublinhou que todos os países estão a tentar descobrir como sair da pandemia de covid-19 e como adaptar-se ao futuro.

"Como é que nos adaptamos a uma variedade de desafios económicos diferentes e aqueles que estão presentes aqui", referiu.

No entanto, "acho que se olhar para o longo prazo, de certa forma, o ingrediente mais fundamental para qualquer país é o seu talento", sublinhou.

Nesse sentido, "Portugal tornou-se um lugar tanto tem um grande talento caseiro em termos de pessoas que aqui nasceram" como se tornou "um lar acolhedor para talentos do resto da Europa e mesmo além", sublinhou.

"Acho que é uma combinação bastante mágica para o futuro de Portugal", concluiu o presidente da Microsoft.

Europa deve garantir que indústrias usem tecnologia para serem competitivas

O presidente da Microsoft, Brad Smith, defende que o mais importante para a Europa é "garantir que todas as indústrias" em que é forte "utilizem a tecnologia para se tornarem ainda mais" competitivas.

"E então pense sobre a política de tecnologia através dessas lentes, bem como de todas as outras", acrescentou, afirmando que os legisladores já o estão a fazer.

Na comparação entre a Europa e os Estados Unidos, Brad Smith considera que é importante parar e pensar sobre a tecnologia e o papel que ela desempenha e os diferentes tipos de empresas de tecnologia.

Biden e a relação tecnológica com a China

A administração Joe Biden deverá poder dar maior atenção à relação tecnológica com a China em 2022, depois de um primeiro ano na Casa Branca em que teve de se centrar em temas como o combate à pandemia e a recuperação económica, afirmou Brad Smith.

"Acho que veremos isso em 2022, mas até que o façamos francamente temos uma quantidade substancial de incerteza com o passar do tempo, e algumas coisas se tornam mais urgentes", adiantou.

O presidente da Microsoft classificou como passo positivo o recente encontro entre os chefes das diplomacias dos dois países, mas adiantou que empresa gostaria de ver mais progresso, num diálogo que tem de passar do conceptual para o concreto.

"Precisamos de ter um maior entendimento conjunto sobre o que as empresas em cada país podem fazer no outro. Ainda não estamos lá hoje, precisamos de mais progresso", explicou.

Temos de ter melhores sistemas

Os compromissos ambientais como os acordados na COP26 são cruciais, mas é preciso melhores sistemas para medir os progressos na sustentabilidade para não correr o risco de falhar as metas, afirmou o presidente da Microsoft.

Smith salientou três sinais encorajadores que identificou noutra cimeira que visitou no passado fim de semana, a ambiental COP26 em Glasgow.

"Primeiro, as pessoas reconhecem que precisamos fazer mais e mais rápido, e acho que esse é o primeiro passo para realmente conseguirmos melhor progresso", referiu.

Em segundo lugar, o presidente da Microsoft salientou que há compromissos cada vez mais fortes, citando o de reduzir as emissões de metano em 30% até 2030, em comparação com 2020, assinado por mais de 100 países, e outros em torno da floresta, silvicultura e reflorestamento.

"Esses tipos de promessas são essenciais, mas em terceiro lugar de certa forma o que mais me encorajou foi o aspeto menos colorido ou dramático, todos queriam falar sobre como mediremos o progresso", explicou.









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