Brasil contra presença da Venezuela na cimeira ibero-americana

por Mário Aleixo - RTP
Ernesto Araújo lançou um feroz ataque à Venezuela na cimeira ibero-americana Luis Echeverria - Reuters

O Brasil condenou a presença de diplomatas do "regime ditatorial" do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, na cimeira ibero-americana de ministros dos Negócios Estrangeiros, por considerar que "corrói" os pilares fundamentais da comunidade.

"O simples facto de situar-se geograficamente no espaço ibero-americano não confere automaticamente aos representantes das ditaduras o direito de se sentarem ao lado dos representantes das nações livres", disse o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, na sua intervenção divulgada nos canais oficiais do governo.

Araújo, declarado anticomunista e antiglobalista, dedicou dez minutos do seu discurso para fazer acusações contra o governo de Maduro e pedir ao bloco ibero-americano que se una em torno da defesa da "democracia", da "liberdade" e da "vigência do Estado de Direito".

"E é por isso que não podemos ficar calados diante da tragédia venezuelana", disse o governante no início da sua declaração.

Nesse sentido, destacou a "rejeição" do Brasil à "presença no encontro de representantes do regime ilegítimo de Nicolás Maduro" e, ao mesmo tempo, "lamentou" a ausência de "representantes do governo legítimo" do líder a oposição Juan Guaidó, reconhecido como Presidente interino por mais de 50 países, incluindo o Brasil.

"Esta presença é lamentável", frisou Araújo.

Propostas do governo brasileiro

O governante esclareceu que esta situação também abre novas oportunidades para os membros da cimeira Ibero-americana, formada pelos países da América Latina, Espanha, Portugal e Andorra se mobilizarem para "revalorizar e relançar o fórum como um verdadeiro espaço de defesa da democracia e da liberdade".

Araújo apresentou duas propostas aos demais diplomatas da cimeira Ibero-americana.

A primeira é "ampliar" e "fortalecer" os programas de "combate ao crime organizado", "narcotráfico" e "tráfico de seres humanos".

A segunda passa por promover um "mecanismo de defesa eficaz" da democracia com um procedimento "claro e preciso" de "medição e decisão" para impor, segundo Araújo, eventuais "sanções efetivas contra qualquer país membro que rompa com a ordem democrática".

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