Brasil repudia detenção de oposicionistas na Venezuela

por RTP
Leopoldo López foi condenado por instigar manifestações em 2014 Carlos Garcia Rawlins - Reuters

O Governo brasileiro pediu esta terça-feira a libertação imediata de Leopoldo López e Antonio Ledezma, rostos da oposição ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Uma nota do Ministério das Relações Exteriores repudia a recondução dos dois políticos ao regime de prisão efetiva após a eleição da Assembeia Constituinte, considerando-a uma “franca violação da ordem constitucional”.

A nota descreve a detenção dos oposicionistas como uma “demonstração de falta de respeito pelas liberdades individuais”.
As casas de López e Ledezma foram invadidas durante a madrugada pelo Serviço Boliviano de Informações.

“O Brasil insta o Governo venezuelano a libertar imediatamente López e Ledezma”, reclama o Ministério das Relações Exteriores.

O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela alega que o regime de prisão domiciliária de Leopoldo López e Antonio Ledezma foi revogado devido a perigo de fuga.

O comunicado do Itamaraty manifesta ainda solidariedade “com o sofrimento dos familiares de Antonio Ledezma e Leopoldo López, em particular suas mulheres Mitzi Capriles e Lilian Tintori”.
A prisão

Ledezma foi detido em fevereiro de 2015, sob a acusação de conspiração, e permaneceu detido durante dois meses na prisão militar de Ramo Verde, perto de Caracas. Após esse período foi-lhe atribuído o regime de prisão domiciliar por motivos de saúde.

Já López foi condenado por instigar manifestações em 2014 e esteve também preso em Ramo Verde durante quase três anos.

As detenções da última madrugada aconteceram 24 horas depois da eleição da Assembleia Constituinte, raiz de sucessivas vagas de protestos contra o Presidente venezuelano, acusado pelos detratores de pretender perpetuar-se no cargo por via de alterações de fundo à Lei Fundamental.
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