Breivik renuncia a herança para evitar compensar famílias das vítimas

por RTP
REUTERS/Heiko Junge/Pool

O assassino em massa norueguês Anders Breivik optou por renunciar à sua parte na herança materna, para evitar que Estado usasse o dinheiro para compensar os familiares das suas 77 vítimas. Breivik , que que se encontra a cumprir uma pena de 21 anos prisão pelo massacre da ilha de Utoya e pelo atentado bombista de Oslo em 2011, tomou essa decisão antes mesmo do falecimento da mãe, segundo confirmou o seu advogado.

A mãe do terrorista morreu em março e deixou como herdeiros Breivik e a meia-irmã deste. Ignora-se o total exato da herança, mas o apartamento em vivia a progenitora foi colocado à venda por 3,7 milhões de coroas norueguesas, mais de 480.000 euros.

O governo da Noruega teria reclamado o dinheiro para pagar às famílias das 77 pessoas assassinadas as indemnizações que foram decididas pelo tribunal.

“É certamente uma das razões por detrás da decisão dele” disse o advogado do extremista, Tor Jordet, confirmando as noticias dadas em primeira mão pelo tabloide norueguês Verdens Gang .
A parte da herança que cabia a Breivik irá para caridade
Jordet confirmou que o seu cliente tomou a decisão antes mesmo do falecimento da mãe que ocorreu após doença prolongada. Uma parte do dinheiro da herança deverá assim ir para a meia-irmã do terrorista e o restante para organizações de caridade.

Anders Behring Breivik planeou os seus atos terroristas quando vivia juntamente com a mãe, no apartamento situado num bairro elegante de Oslo. Tinha regressado à casa da progenitora em 2006, quando tinha 27 anos, e apenas a deixou em 2011, poucos meses antes dos atentados.

O extremista mudou-se então para uma quinta onde lhe era mais fácil ter acesso ao fertilizante de que necessitava para construir a bomba que utilizou contra um edifício do governo em Oslo. Nessa explosão morreram oito pessoas e Breivik ainda iria abater a tiro outras 69, num massacre num campo de juventude do partido trabalhista na ilha de Utoya.

Durante o julgamento, soube-se que Breivik, então com 34 anos, tinha um historial de fuga aos impostos, alegadamente para evitar dar dinheiro a um Estado que desprezava por razões ideológicas. Essa ideologia, marcada pela fobia ao Islão e ao multiculturalismo, tinha sido apresentada num manifesto de 1500 páginas, por ele  colocado na internet pouco antes dos ataques.
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