Brexit pode custar 100 mil milhões ao Reino Unido

por Jorge Almeida - RTP
Dado Ruvic - Reuters

A fatura do Reino Unido para sair da União Europeia pode chegar aos 100 mil milhões de euros. O valor é avançado pelo Financial Times. O ministro britânico para o Brexit já disse que esse valor não será pago.

A conta, o deve e o haver, é o ponto mais difícil nas negociações entre a União Europeia e o Reino Unido para o Brexit.

Até agora falava-se que o divórcio britânico podia chegar aos 60 mil milhões de euros mas, segundo o Financial Times, vários países endureceram a sua posição.

O responsável da UE para as negociações da saída do Reino Unido, Michel Barnier. Foto: Eric Vidal - Reuters

A Alemanha e a França aumentaram as exigências com o objetivo de fazer uma provisão para o setor agrícola e para cobrir gastos administrativos e comunitários em 2019 e 2020. Berlim está frontalmente contra que haja uma concessão aos britânicos nos ativos comunitários.

Aliados pelo mesmo diapasão, Paris e Varsóvia defendem que o Reino Unido deve efetuar um pagamento anual agrícola à União Europeia.

O ministro britânico responsável pelas negociações do Brexit, David Davis, disse à cadeia ITV que o seu país não pagará 100.000 milhões de euros e que tudo será negociado nas próximas reuniões.

O ministro britânico, David Davis, encarregue de negociar o Brexit. Foto: Hannah Mckay - Reuters

Por sua vez, o negociador da União Europeia, Michel Barnier, disse esta quarta-feira que “Londres e a União precisam chegar a acordo sobre uma forma clara de calcular o quanto a Grã-Bretanha deve pagar antes de se iniciar qualquer conversa”.

Os líderes da UE concordaram com uma abordagem em duas fases para as negociações do Brexit, com compromissos sobre os direitos dos cidadãos, o orçamento e as fronteiras, antes de discutir assuntos como futuras negociações entre a União e a Grã-Bretanha.

"Alguns criaram a ilusão de que o Brexit terá um impacto nominal nas nossas vidas ou que as negociações podem ser concluídas de forma rápida e sem dor. Esse não é o caso", concluiu Barnier.
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