Buscas prosseguem após ataque dos houthis que afundou navio no Mar Vermelho

Pelo menos quatro membros da tripulação de um navio de carga terão morrido e vários outros estão desaparecidos após um ataque levado a cabo pelo houthis do Iémen. A embarcação acabou por se afundar no Mar Vermelho, mas dez pessoas foram resgatadas até à manhã desta quinta-feira. As equipas de busca continuam à procura dos elementos desaparecidos.

Joana Raposo Santos - RTP /
Houthi Media Center via Reuters

O navio Eternity C, com bandeira da Libéria e operado pela Grécia, transportava 25 tripulantes quando sofreu danos significativos, perdendo toda a propulsão na sequência de um ataque com granadas lançadas a partir de pequenas embarcações na segunda-feira, de acordo com a agência Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido.

O ataque prolongou-se até terça-feira, com as operações de resgate a começar nessa noite, e o navio acabou por se afundar no dia seguinte.

Os houthis, apoiados pelo Irão, justificaram o ataque com o facto de o navio estar a dirigir-se para Israel. Disseram ainda ter levado um número indeterminado de tripulantes para um "local seguro". Fontes ouvidas pela agência Reuters acreditam que os houthis tenham consigo seis dos tripulantes do navio.

Na manhã desta quinta-feira foram resgatadas mais três pessoas, elevando para dez o número de sobreviventes confirmados, incluindo oito tripulantes filipinos.

As pessoas encontradas esta quinta-feira passaram mais de 48 horas na água. Outras 11 pessoas continuam desaparecidas.

"Isto dá-nos de coragem para continuar a procurar os desaparecidos, como pediu o operador do navio grego, e mostra que o nosso plano de busca estava correto", afirmou Nikos Georgopoulos, funcionário da empresa grega de riscos marítimos Diaplous.

As autoridades estimam, porém, que pelo menos quatro pessoas tenham morrido durante os ataques. A confirmarem-se, estas serão as primeiras vítimas mortais nessa zona desde junho de 2024. O Eternity C é já o segundo navio grego afundado esta semana pelos houthis do Iémen, que consideram os ataques um ato de solidariedade para com os palestinianos em Gaza.

Na quarta-feira, o porta-voz militar dos houthis avançou que a Marinha iemenita se ofereceu "para resgatar um número de tripulantes do navio, fornecer-lhes cuidados médicos e transportá-los para um local seguro".

O Departamento de Estado norte-americano condenou os ataques, considerando que "demonstram a ameaça contínua que os rebeldes houthis apoiados pelo Irão representam para a liberdade de navegação e para a segurança económica e marítima regional".

"Os Estados Unidos têm sido claros: continuaremos a tomar as medidas necessárias para proteger a liberdade de navegação e a navegação comercial dos ataques terroristas dos houthis, que devem ser condenados por todos os membros da comunidade internacional", acrescentou.

c/ agências
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