Caem 28 ministros brasileiros, Temer define estratégia

Depois da votação dos senadores, esta quinta-feira, sabe-se que a Presidente temporariamente afastada exonerou 28 dos seus ministros, incluindo Lula da Silva, nome histórico do Partido dos Trabalhadores. Enquanto isso, Michel Temer já prepara a estratégia do seu Governo, que toma posse ainda esta tarde.

Andreia Martins - RTP /
Ueslei Marcelino - Reuters

Dilma Rousseff ordenou a exoneração de grande parte dos seus ministros ainda antes de ser conhecida a decisão do Senado, que votou esta quinta-feira a admissibilidade do processo de impeachment e consequente afastamento da Presidente.

A nota publicada pelo Diário Oficial da União revela que Dilma exonerou 28 dos seus 32 ministérios, incluindo Lula da Silva, que nunca chegou a exercer como ministro da Casa Civil por impedimento do Supremo Tribunal Federal.

Entre os ministros afastados estão outros nomes que se destacavam no Executivo de Rousseff, nomeadamente José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, Nelson Barbosa, ministro das Finanças e ainda Ricardo Leyser, ministro do Desporto.

O Governo tinha indicado que, no caso do seguimento do processo de impeachment, Ricardo Leyser seria um dos ministros que continuaria a ocupar o cargo, já que acumulava a função de coordenar e organizar, do ponto de vista governativo, a organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

No cargo mantêm-se apenas os ministros da Saúde, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Externo e ainda Ciência, Tecnologia e Inovação. O presidente do Banco Central, cuja função no Brasil equivale à de ministro, também não foi exonerado. Equipa praticamente fechada
É Michel Temer que ocupa, a partir de agora, o terceiro piso do Palácio do Planalto, onde se encontra o gabinete presidencial. O até agora vice-presidente, alinhado com as forças do PMDB, já definiu os principais pontos do discurso de tomada de posse.

As prioridades do novo Presidente do Brasil nos seus seis meses de mandato serão a recuperação da economia brasileira, com o corte nas despesas do Estado, o apoio à Operação Lava Jato, que investiga os crimes do maior escândalo de corrupção do Brasil, e o apelo à pacificação do país. 

Quanto à equipa executiva que o vai acompanhar, o jornal brasileiro Folha de São Paulo avança os nomes de Eliseu Padilha, como novo ministro da Casa Civil, e o senador Romero Jucá. Na Defesa, o ministro deverá ser Raul Jungmann. 

Na quarta-feira, antes da votação na câmara alta do Parlamento, Michel Temer tinha anunciado que a sua equipa governamental estava "praticamente" fechada.

Ainda sem grandes pormenores sobre o novo Governo, já se conhece no entanto o slogan que Temer escolheu. Sob o lema "Governo Federal: Ordem e Progresso", o novo Executivo pretende passar uma mensagem "forte, concisa e atual".

Segundo o Estadão, este novo lema vai substituir "O Brasil: Pátria Educadora", que pertencia ao Governo de Dilma Rousseff.

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