Em conferência de imprensa na segunda-feira à noite, o xerife do condado de Butte, Korey Honea, afirmou que, "até agora, os restos mortais de 13 novas pessoas foram descobertos, elevando o número total de mortes para 42". E, claramente, as autoridades afirmam que o número de mortos deverá aumentar.
"Este é o incêndio florestal mais mortífero da história deste estado”, sublinhou Korey Honea. Os 42 mortos confirmados são o registo mais elevado de fatalidades decorrentes de um único incêndio, ultrapassando o anterior registo de 29 vidas perdidas em 1933, no Griffith Park, em Los Angeles.
Muitas das vítimas foram encontradas em carros carbonizados.
A Califórnia está a enfrentar dois dos mais graves anos seguidos de incêndios na sua história. Em outubro do ano passado, uma série de incêndios florestais lavraram na Califórnia, matando 46 pessoas.
As autoridades revelaram que pelo menos 228 pessoas estão oficialmente desaparecidas. A par do combate às chamas que ainda lavram, feita por mais de oito mil bombeiros, há uma larga operação de busca em curso. Foram pedidos meios de reforço para procurar quem está desaparecido. Entre os meios mobilizados, estão várias equipas com cães especializados em localizar restos mortais de pessoas.
O presidente norte-americano aprovado a declaração de calamidade para a Califórnia esta segunda-feira. Trump argumentou no Twitter que “queremos responder rapidamente para tentar aliviar algum do incrível sofrimento”. Esta declaração permite um sistema mais simplificado de acesso a ajuda ou a apoio jurídico.
Declarações mais pacíficas do que aquelas que Donald Trump proferiu no fim de semana, quando apontou a “má gestão florestal” como a principal causa dos incêndios, gerando várias críticas.
Uma comissão californiana está já a investigar qual o ponto de ignição dos incêndios mais recentes, entre relatos de que as companhias de eletricidade sofreram avarias, pouco antes das chamas terem começado a lavrar.
A baixa humidade, ventos quentes e a situação de seca criaram um cenário propício aos incêndios, agravando por uma concentração populacional duas vezes maior do que aquela que existia nos anos 70. As alterações climáticas não podem ser descartadas, com temperaturas a níveis recorde, temporadas de calor mais prolongadas e menos chuva. Para o governador do estado da Califórnia, “este não é o novo normal. É o novo anormal”.