Cambridge Analytica alvo de buscas

por RTP
Investigador do ICO nos escritórios da Cambridge Analytica Henry Nicholls - Reuters

Investigadores dos serviços britânicos de proteção de dados entraram esta sexta-feira nos escritórios da Cambridge Analytica em Londres para buscas relacionados com o alegado uso indevido de dados de utilizadores do Facebook para fins políticos.

A operação surge na sequência da autorização para buscas, emitido pelo tribunal esta sexta-feira. Os investigadores pertencem à Information Commissioner’s Office (ICO), a autoridade independente encarregue da supervisão e proteção de dados pessoais no Reino Unido.

“Estamos satisfeitos com a decisão do juiz e planeamos executar o mandado rapidamente”, disse um porta-voz da entidade à Reuters.

O pedido de autorização para buscas feito ao tribunal pelo ICO visava ter acesso aos servidores da Cambridge Analytica e base de dados.

O regulador argumenta que desde 7 de março que solicita à Cambridge Analytica permissão para aceder aos seus registos, mas não obteve resposta dentro dos prazos definidos. Razão para ter avançado para o pedido de um mandado do tribunal.

“Trata-se de uma parte de uma investigação mais vasta sobre a utilização de dados pessoais para fins políticos. Vamos agora recolher informação, avaliar e examinar os elementos de prova antes de tirarmos conclusões”, disse o porta-voz do ICO.

A comissária Elizabeth Denham revela que os investigadores procuram provas sobre se os dados pessoais foram adquiridos “de forma não autorizada”, se houve consentimento suficiente para partilhar os dados, o que foi feito para proteger a informação e se o Facebook agiu com determinação suficiente quando descobriu.

O responsável da Cambridge Analytica, Alexander Tayler, garante que a empresa está em contacto com o ICO desde fevereiro de 2017 e está empenhada em colaborar com a investigação. Num comunicado, Tayler diz que foram feitas verificações em 2015 que demonstram que a informação vinha do Facebook foi apagada, mas que está agora a ser conduzida uma auditoria, realizada por uma entidade independente, para verificar a situação.

A Cambridge Analytica é acusada de ter usado indevidamente dados de 50 milhões de utilizadores do Facebook e de os ter usado para fins políticos, nomeadamente no âmbito da campanha presidencial norte-americana em 2016.
 
A empresa está a ser alvo de investigações das autoridades do Reino Unido e dos Estados Unidos no sentido de averiguar como a empresa terá tido acesso a esses dados em 2014. Igualmente em análise está o Facebook e os seus mecanismos de proteção de informação dos utilizadores.
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