O campo de Calais, norte de França e perto do canal da Mancha, onde se concentraram milhares de migrantes, vai ser evacuado a partir de segunda-feira, referiram hoje as autoridades francesas.
Prometido desde há várias semanas pelo governo socialista, esta operação acentuou a polémica sobre o acolhimento dos migrantes em França, a alguns meses das eleições presidenciais. O assunto suscitou tensões entre Paris e Londres.
A partir da tarde de domingo, uma equipa de funcionários vai informar os migrantes do desenrolar detalhado da operação, que se prevê complexa e que deve prolongar-se por uma semana.
No local, os migrantes devem aguardar com resignação pela chegada das escavadoras, divididos entre o sonho de alcançarem a Inglaterra e a promessa de uma cama e um teto. A última estimativa oficial refere-se a 6.400 pessoas na "Selva" de Calais. A partir de segunda-feira, 145 autocarros devem assegurar o sue transporte em direção a 287 centros de acolhimento, segundo as autoridades.
"Teremos sucesso neste desafio humanitário", prometeram os ministros do Interior, Bernard Cazeneuve, e da Habitação, Emmanuelle Cosse, em artigo hoje publicado no diário Le Monde, enquanto as ONG no terreno alertaram contra os riscos de "catástrofe" de uma operação precipitada.
O destino de 1.290 menores que se encontram isolados no campo constitui um dos aspetos mais complexos desta operação, com muitos a referirem pretender alcançar o Reino Unido, onde dizem ter familiares.
Hoje, o diretor-geral da organização "France Terre d`asile" revelou que no sábado mais de uma centenas de migrantes menores vão deixar Calais em direção ao Reino Unido, no âmbito do reagrupamento familiar, estando previstas mais partidas no domingo.