Casa Branca garante que Trump não considera despedir procurador especial

por Lusa

Washington, 19 mar (Lusa) -- A Casa Branca garantiu este domingo que o Presidente norte-americano não está a considerar despedir o procurador especial, Robert Mueller, após críticas duras de Donald Trump ao responsável pela investigação a alegadas interferências russas nas eleições presidenciais.

"A Casa Branca volta a confirmar que o Presidente não está a considerar ou a discutir o despedimento do procurador especial, Robert Mueller", afirmou, num comunicado, o advogado da administração norte-americana Ty Cobb.

O esclarecimento surge depois de este domingo Trump ter lançado duras críticas a Mueller, exortando os eleitos republicanos a estarem alerta contra a sua eventual recondução, que considera fora de questão.

Dois dias após o despedimento do ex-número dois do FBI, Andrew McCabe, que pretendia desde há meses, o Presidente dos EUA referiu este domingo ser vítima de uma "caça às bruxas", numa nova vaga de `tweets` (mensagens na rede Twitter).

Antigo patrão do FBI, Robert Mueller investiga sobre as suspeitas de conluio entre a equipa de campanha de Trump e a Rússia nas eleições presidenciais de 2016, mas tenta também determinar de o Presidente pode ser indiciado por entrave à justiça devido à sua decisão de afastar o então diretor do FBI, James Comey, em maio de 2017.

"Por que motivo a equipa Mueller inclui 13 democratas endurecidos, alguns grandes apoiantes de Hillary a crápula, e zero republicanos? Um outro democrata foi recentemente acrescentado... Alguém pensa que isto é justo? E no entanto não existiu conluio!", escreveu Trump no seu `tweet`, ao considerar que este inquérito "nunca deveria ter sido iniciado".

A equipa de Mueller tenta, há mais de dois meses, negociar com os advogados de Trump para interrogar o Presidente, que já garantiu que está pronto para testemunhar.

Mas a Casa Branca está interessada em encerrar este assunto o quanto antes, e os advogados de Trump exigem a Mueller que fixe uma data para concluir a investigação, em concreto 60 dias após o interrogatório ao Presidente.

As mensagens de Trump sobre a investigação de Mueller alarmaram vários membros do Congresso, entre eles o democrata Mark Warner, que pediu a "todos" os eleitos, de ambos os partidos, que "defendam o procurador especial, agora mesmo".

Já o senador republicano Lindsay Graham disse à cadeia CNN que, se Trump tentasse afastar Mueller, "esse seria o princípio do fim da sua presidência, porque os EUA respeitam a lei".

Outro congressista republicano, Trey Gowdy, recomendou a Trump que, se é inocente, "aja como tal", em vez de atacar o responsável pela investigação.

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