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CEO da Tesla em "período difícil e doloroso"

por RTP
Na entrevista ao New York Times, Elon Musk disse que trabalhava cerca 120 horas por semana. Lucy Nicholson - Reuters

O número um da Tesla diz que suportou “o período mais difícil e doloroso” da carreira. Elon Musk, em entrevista ao The New York Times, falou sobre a pressão do trabalho e o stress dos negócios.

A empresa de automóveis registou uma perda recorde de 709,6 milhões de dólares no primeiro trimestre deste ano. Esta queda foi motivada pelo fabrico de um grande número de carros elétricos.  
O CEO da Tesla disse na entrevista ao New York Times que trabalhava cerca 120 horas por semana e que por essa razão o estado de saúde não era o melhor.

O CEO da Tesla disse que havia vezes que ficava na empresa durante três, quatro dias.

Musk revelou ainda que a pressão do trabalho fez com que ele passasse o aniversário na fábrica e estivesse apenas umas horas no casamento do irmão. Acrescentou que voou diretamente do trabalho para o casamento do irmão, onde foi padrinho, mas depois da cerimónia voltou para a empresa.

Na semana passada, Musk escreveu no Twitter que estava a ponderar retirar as ações da Tesla do mercado e torná-la numa empresa privada, com a garantia de “financiamento garantido”. Esse tweet provocou alguma agitação nos mercados, comunicação social e investidores.


Segundo o Guardian, alguns advogados alertaram para o facto de Musk ter infringido algumas leis do Securities Exchange Act de 1934, nomeadamente as que proíbem empresas de capital aberto de anunciar planos de compra ou venda de títulos, sem intenções de concluir a venda ou para manipular o valor das ações.As ações da Tesla caíram 4 por cento, mas depois do tweet, subiram 11 por cento.
Possível acordo da Tesla com Arábia Saudita

O fundo da Arábia Saudita fez várias abordagens à Tesla para ajudar a torná-la privada. O fundo detém agora 5 por cento da Tesla.

Num post publicado no site da Tesla, Musk comunicou que o fundo de investimento saudita fez várias propostas nos últimos dois anos, com ofertas para ajudar a empresa a privatizar-se. A última reunião foi no dia 31 de julho. O Diretor Administrativo do fundo lamentou que Musk não tivesse avançado mais cedo para a privatização. O CEO diz que saiu da reunião sem dúvidas de que “um acordo com o fundo soberano saudita poderia ser fechado e que era apenas uma questão de fazer o processo avançar”.
Investidores processam Musk
Na semana passada, Musk foi processado por investidores, depois de terem alegado que os tweets são declarações falsas e enganosas, designadas como “ataque nuclear”.

A Securities and Exchange Comission – órgão de fiscalização financeira dos EUA – está desde quarta-feira a investigar os posts de Musk, depois do tweet sobre a privatização da Tesla – o valor seria 420 dólares por ação.  Se o tweet for falso, Musk está a violar a lei de valores mobiliários dos EUA.

O CEO da Tesla tentou justificar o tweet, alegando que a única maneira de ter discussões significativas com os maiores acionistas era “ser completamente acessível ao desejo de privatizar a empresa”.

Acrescentou ainda que “não seria correto partilhar informações sobre a privatização com maiores investidores da empresa”, sem partilhar as mesmas informações com os restantes.
“Do ponto de vista pessoal, o pior ainda está para vir”
Na entrevista ao New York Times, Musk disse que achava que “o pior tinha acabado”, mas que “do ponto de vista pessoal o pior ainda está para vir”.

No mês passado, o número um da Tesla insultou um dos mergulhadores britânicos envolvidos no resgate dos 12 menores e o do treinador, que ficaram presos numa gruta na Tailândia. Musk chamou “pedófilo” ao mergulhador, depois de ter recusado usar o mini-submarino para o resgate.

Nos últimos meses, o CEO tem criticado a comunicação social e os analistas de Wall Street.
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