China perturbada com imagens de Bucha fica aquém da condenação
O representante da China nas Nações Unidas afirmou na terça-feira, perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que as imagens do morticínio em Bucha, nos arredores de Kiev, são "profundamente perturbadoras". Zhang Jun contrapôs, todavia, que "qualquer acusação deve ser baseada em factos".
"As circunstâncias relevantes e as causas específicas devem ser verificadas e estabelecidas", quis enfatizar o representante chinês na ONU.
"Até que o contexto se clarifique, todas as partes devem agir com moderação e evitar acusações infundadas", prosseguiu Zhang Jun.
Zhang Jun disse ainda que "os países em desenvolvimento não são partes do conflito", pelo que não devem "arcar com as consequências dos conflitos geopolíticos e da competição entre potências".
O meio-termo de Pequim
Na semana passada, durante uma cimeira realizada através de videoconferência, a União Europeia exortou a China a pôr de parte a política de "equidistância" face à invasão russa da Ucrânia.
Por sua vez, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, apelou ao homólogo chinês, Wang Yi, no sentido de um papel mais concreto, por parte de Pequim, nos esforços tendentes a um cessar-fogo.
Todavia, Pequim não dá sinais de pretender abandonar a posição de meio-termo: se, por um lado, sustenta que a soberania e a integridade territorial dos países devem ser observadas, por outro recusa-se a apoiar a via das sanções contra a cúpula russa e condena o alargamento da NATO a leste.
c/ agências