China regista subida do nível do mar de 72 milímetros entre 1993 e 2011

por Lusa

A China anunciou hoje que o nível médio do mar ao longo da costa chinesa era, em 2023, 72 milímetros mais alto do que a média entre 1993 e 2011.

De acordo com um relatório anual do Ministério dos Recursos Naturais, a tendência tem sido "crescente" desde 1980, atingindo os níveis mais elevados de que há registo, mas não está a ocorrer uniformemente ao longo da costa.

Em 2023, as regiões do Mar de Bohai, do Mar Amarelo, do Mar do Leste da China e do Mar do Sul da China registaram aumentos significativos, com o Mar de Bohai a atingir o nível mais elevado desde 1980 e o Estreito de Taiwan a apresentar o nível mais baixo dos últimos oito anos.

As províncias e regiões costeiras, especialmente Tianjin (nordeste) e Hebei (norte), foram as mais afetadas, tendo o nível das águas ao longo das suas costas subido 145 e 143 milímetros, respetivamente.

De acordo com o relatório, de 1980 a 2023, a taxa de subida do nível do mar ao longo das costas chinesas foi de 3,5 milímetros por ano; de 1993 a 2023, a taxa aumentou para 4,0 milímetros por ano, excedendo a média global de 3,4 milímetros por ano no mesmo período.

A subida sustentada do nível do mar ao longo das últimas quatro décadas teve efeitos cumulativos, como a compressão dos ecossistemas costeiros e a perda de zonas húmidas, afetando os recursos de água doce subterrânea, afirmou o ministério.

Além disso, a subida do nível do mar "intensificou as catástrofes naturais", como as tempestades e as inundações nas cidades costeiras.

Em 2023, a erosão costeira agravou-se nas zonas das províncias de Liaoning (nordeste), Shandong (leste), Jiangsu (leste) e Hainan (sul), com uma erosão média de 2,7 metros nas costas arenosas.

A intrusão de água salgada também se intensificou no norte de Hebei, no sul de Shandong e em Jiangsu, com distâncias superiores a 6,8 quilómetros.

As catástrofes marítimas na China, caracterizadas pela sua variedade, ampla distribuição geográfica e elevada frequência, causam perdas económicas significativas todos os anos, afirmou o ministério.

 

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