China, Rússia, Irão e Coreia do Norte violam direitos humanos - relatório EUA

por Lusa

China, Rússia, Irão e Coreia do Norte violam "diariamente" os direitos humanos dos seus cidadãos, indica o relatório relativo ao ano passado de direitos humanos do Departamento de Estado norte-americano, divulgado hoje.

"Os Governos de China, Rússia, Irão e Coreia do Norte violam todos os dias os direitos humanos daqueles que estão dentro das suas fronteiras e, como resultado, gera-se instabilidade", escreveu o secretário de Estado norte-americano John Sullivan, no prefácio do documento anual.

Sobre a Rússia, o documento refere que a anexação da península ucraniana da Crimeia "continua a afetar significativa e negativamente a situação dos direitos humanos" na Ucrânia.

O relatório destacou outras violações como "execuções extrajudiciais" e "desaparecimentos forçados, tortura sistemática e que às vezes resulta em morte".

Também cita a "falta de independência judicial, os prisioneiros políticos", "graves restrições à liberdade de expressão, de imprensa", de "reunião pacífica" e de associação, e um "clima de impunidade" gerado pelas reticências do Governo russo em "processar ou castigar a maioria dos funcionários que cometeram abusos".

Quanto à China, refere-se que as piores violações de que "foi responsável o Governo" incluíram-se as "execuções sem o devido processo prévio", "desaparecimentos forçados", torturas, "detenções arbitrárias" e ilegais, e restrições às "liberdades de expressão, imprensa, reunião, associação, religião e movimento".

O documento menciona "um alto número de execuções" no Irão por delitos menores segundo as normas internacionais e sem devido processo, "os desaparecimentos" forçados, a tortura, "detenções arbitrárias, prisioneiros políticos" e "graves restrições à liberdade de expressão".

A "repressão dos protestos nacionais que começaram em 28 de dezembro" é um exemplo das "graves restrições aos direitos de reunião e associação" no Irão.

Na Coreia do Norte, são denunciadas pelo relatório "execuções extrajudiciais, desaparecimentos, detenções arbitrárias, tortura, campos de prisioneiros políticos", "julgamentos injustos", "abortos forçados, tráfico de pessoas" e "negação das liberdades de expressão, imprensa, reunião, associação, religião e mobilidade".

O relatório destaca ainda as situações críticas na Venezuela, na Síria e na Birmânia, em que são perpetradas ações contra as liberdades dos cidadãos.

Em conferência de imprensa, Sullivan considerou como especialmente preocupante a situação na Síria, por causa da guerra civil, na Birmânia (Myanmar), devido à limpeza étnica contra os `rohingyas`, e na Venezuela, pela crise política, económica e humanitária.

O secretário de Estado norte-americano referiu que o regime do Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, reprime os direitos humanos do povo da Venezuela e os impede de ter uma voz no seu Governo".

Pelo segundo ano consecutivo, o relatório do Departamento de Estado não tem uma "lista negra" dos países que para os Estados Unidos têm o pior historial de direitos humanos no mundo, uma prática que a Administração de Donald Trump decidiu não prosseguir.

O relatório norte-americano, referência para o Congresso dos Estados Unidos na hora de conceder ajuda externa, contém informação sobre cerca de 200 países do mundo e identifica uma única tendência global preocupante: "A corrupção e a debilidade governamental", que "ameaça a estabilidade global e os interesses dos Estados Unidos".

"Alguns governos são incapazes de manter a segurança e afrontar as necessidades básicas dos seus povos, enquanto outros simplesmente não estão dispostos a isso", indicou Sullivan.

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