"Christchurch Call". Nova Zelândia quer travar terrorismo nas redes sociais

por RTP
Ardern confirmou estar já em conversações com os líderes de grandes empresas como o Facebook, Twitter, Microsoft e Google Edgar Su - Reuters

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou esta quarta-feira o “Christchurch Call”, compromisso que visa eliminar todo o conteúdo extremista e violento nas redes sociais.

Após os ataques de 15 de março, na Nova Zelândia, Ardern considera necessário o esforço para combater o terrorismo e o extremismo violento proliferado na Internet. Recordando o recente atentado, a primeira-ministra disse que o atirador não tinha “o direito de transmitir o assassinato de 50 pessoas” no Facebook.

Em cooperação com Emmanuel Macron, Presidente francês, Adern revelou que a 15 de maio vai realizar-se uma reunião em Paris, com o objetivo de definir um plano para combater o terrorismo online e conseguir o apoio tanto de outros líderes mundiais, como de gestores de grandes empresas de tecnologia. Sendo Macron o presidente do G7, a França junta-se à Nova Zelândia nesta iniciativa.

“Não se trata de liberdade de expressão, trata-se de impedir o extremismo violento e o terrorismo online”, ressalvou a primeira-ministra neozelandesa.
Redes sociais devem tornar-se solução

Ardern confirmou estar já em conversações com os líderes de grandes empresas como o Facebook, Twitter, Microsoft e Google e considera possível chegar a um entendimento e manter o compromisso de erradicação deste tipo de conteúdos.

Apelando a um esforço conjunto, a primeira-ministra acredita que “todos precisamos de agir”, mas que o foco são as redes sociais e que os provedores destas devem assumir “a responsabilidade pelo conteúdo que está nas suas plataformas”. “É fundamental que plataformas de tecnologia como o Facebook não sejam usadas como uma ferramenta para o terrorismo e, em vez disso, se tornem parte de uma solução global para contra o extremismo", concluiu.

"Nenhuma empresa de tecnologia, assim como nenhum governo, deseja ver o extremismo violento e o terrorismo online, por isso temos um ponto de partida que é o da união".

A iniciativa, denominada “Christchurch Call”, ainda não está finalizada, mas Jacinda Ardern pretende um foco maior na prática contra a disseminação destes conteúdos, na garantia de mais e melhores proteções globais e na segurança das plataformas digitais.

No ataque às mesquitas de Christchurch, no passado dia 15 de março, o vídeo do tiroteio foi transmitido no Facebook pelo atirador, sendo posteriormente copiado e partilhado. Os provedores desta plataforma só foram alertados 30 minutos depois do tiroteio e o vídeo foi visto por largas centenas de utilizadores.
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