Cimeira NATO: "Portugal já devia estar a gastar 2% do PIB com despesas em defesa", garante o Embaixador Luís de Almeida Sampaio.
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O ano passado apenas nove dos Aliados da NATO ainda não tinham atingido a marca dos dois por cento de investimento em defesa como se comprometeram com 2014. Portugal é um destes países, mas o primeiro-ministro já veio dizer que este ano essa meta será atingida.
Luís de Almeida Sampaio que foi Embaixador de Portugal na NATO diz que essa meta já devia ter sido alcançada até porque tem consequências políticas na Organização e na foram como a voz de Portugal pode ou não ter mais força nas Cimeiras da NATO.
Portugal comprometeu-se a atingir os dois por cento do PIB em gastos com defesa até ao fim do ano. Uma percentagem que para o Embaixador Luís de Almeida Sampaio já devia ter sido alcançada.
“Penso que já devia ter alcançado esse objetivo. Portugal devia ter estado na linha da frente desses compromissos porque é um país fundador da NATO e é objetivamente essa, também, uma forma de termos uma posição de primeiro plano no quadro da Aliança Atlântica”.
O embaixador, que já foi Representante Permanente de Portugal junto da NATO justifica a importância de atingir os objetivos definidos.
“Isso tem implicações de natureza política. E tem implicações até na presença de portugueses no Secretariado Internacional da NATO, no International Military Staff, na importância maior ou menor da Voz de Portugal, quando o nosso embaixador se senta no Conselho ou quando os ministros da Defesa ou dos Negócios Estrangeiros, ou o Primeiro-Ministro se senta nas Cimeiras da NATO”.
Luís de Almeida Sampaio diz que Portugal é respeitado na NATO mas é fundamental que continue a cumprir atempadamente, os compromissos que assume.
“O papel de Portugal no quadro da NATO é sempre um papel construtivo e um papel sério e muito respeitado.
É importante que esse respeito que existe na NATO pelos políticos portugueses e diplomatas portugueses e militares portugueses, seja complementado pelo cumprimento dos compromissos financeiros que decorrem de documentos que Portugal assinou ao longo dos anos, no quadro da Aliança Atlântica. Não pode haver nenhuma dúvida sobre a assunção plena por parte de Portugal dos compromissos que assumiu com a Aliança Atlântica.