"Coletes amarelos" voltam às ruas de Paris

por RTP
Reuters

Numa manifestação convocada para marcar o primeiro aniversário do movimento dos "coletes amarelos", a polícia lançou gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes nas ruas de Paris.

Até ao meio dia, hora de Paris, já tinham sido feitas 41 detenções e 1497 pessoas foram controladas preventivamente, de acordo com a polícia de Paris.

Junto à Praça de Itália, houve situações de confronto e tensão entre a polícia e jovens de cara tapada que estavam no meio dos “coletes amarelos”. A polícia disparou balas de borracha e lançou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, que aproveitaram restos de uma obra para atacar a polícia. Foram ainda incendiados carros e barricadas.



Dezenas de estações de metro estão fechadas, sobretudo no centro da cidade.

Na periferia de Paris, na Porta Champerret, registaram-se novos confrontos com a polícia, quando os manifestantes tentaram cortar a estrada.



“Nada mudou”, diz líder dos “coletes amarelos”

Jeremy Clement foi entrevistado pela RTP junto aos Campos Elísios, onde tentava manifestar-se apesar da proibição. Este responsável do movimento dos “Coletes Amarelos”, que começou há um ano, argumenta que nada mudou em França, a pobreza permanece e continua a não haver uma resposta eficaz do Estado.


O movimento dos “coletes amarelos” surgiu a meio do mês de novembro de 2018, originalmente para contestar os preços dos combustíveis e o elevado custo de vida, mas rapidamente alastrou para um movimento mais amplo contra o Presidente francês Emmanuel Macron e a sua política económica.

Os protestos arrastaram-se durante meses, ao fim de semana, com Paris a ser o epicentro da contestação. No pico da contestação, os manifestantes em França chegaram às 300 mil pessoas.

Protestos que muitas vezes degeneraram em violentos confrontos com a polícia, sobretudo na capital. Milhares de pessoas foram detidas durante as manifestações.

Para um português residente no centro de Paris, as constantes manifestações e violência foram marcantes. “são manifestações por tudo e por nada”, critica.



Nos últimos meses, o “movimento dos coletes amarelos” tem vindo a perder força. Os líderes do movimento “re-mobilizaram” os coletes amarelos este fim de semana para celebrar um ano sobre o início do movimento.
Tópicos
pub