Paris, 18 jan (Lusa) -- A Comissão de Defesa dos Direitos dos Portugueses em França (CDDPF), criada pela comunidade em resposta aos cortes anunciados pelo Governo no Ensino do Português no Estrangeiro e na rede consular, enviou hoje uma carta a Cavaco Silva.
A carta foi entregue esta tarde ao embaixador de Portugal em França, Francisco Seixas da Costa.
O conselheiro das comunidades Parcídio Cunha Peixoto, membro desta comissão, disse hoje à agência Lusa que a comunidade quer que o Presidente da República "faça pressão" para que o Governo reveja os cortes no ensino do português em França e na rede consular neste país.
"Queremos apelar à sensibilidade do Presidente para o facto de estas medidas terem afetado os emigrantes aqui de forma dramática. Sabemos que não é uma questão de dinheiro. Os valores de que estamos a falar são muito pouco significativos. É preciso uma repartição de sacrifícios mais justa", acrescentou o porta-voz.
No texto que seguirá para Belém, a CDDPF afirma que "não desconhece a situação económica difícil na qual se encontra Portugal atualmente" mas considera "incompreensível e injusta [a forma] como estão a ser tratados os cidadãos portugueses em França e na Europa".
"A situação é grave e dramática para os milhões de portugueses residentes no estrangeiro, [sobretudo no quadro da situação atual, em que] milhares e milhares de portugueses estão a deixar Portugal e a partir para o estrangeiro", lê-se ainda.
A comissão integra representantes da Coordenação das Comunidades Portuguesas em França; da Associação para o Desenvolvimento de Estudos Portugueses, Brasileiros, da África e da Ásia lusófonas; do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas; do Coletivo das Associações Portuguesas do Oeste da França, sediada em Nantes; do Comité de Promoção de Portugal e da Lusofonia do Pas-de-Calais, em Lille; empresários, artistas e diversos conselheiros das comunidades.