De Berlim ao Egito, os disparos de soldados de Israel esta quarta-feira, contra um grupo de diplomatas de 27 países, europeus, americanos, árabes e asiáticos, em Jenin, Cisjordânia, geraram condenações e convocações dos embaixadores israelitas em diversos países, incluindo Portugal. Exigências de investigação foram igualmente remetidas ao Governo israelita.
A União Europeia, através da alta representante da UE para política externa, Kaja Kallas, foi a primeira a clamar por uma investigação. Kallas sublinhou, a partir de Bruxelas, que qualquer ameaça contra a vida de diplomatas é "inaceitável".
Em comunicado, as Nações Unidas usaram exatamente a mesma expressão, "inaceitáveis", para condenar os disparos.
Também Portugal condenou formalmente o tiroteio e convocou o embaixador israelita em Lisboa. O embaixador português, Frederico Nascimento, integrava o grupo e escapou ileso. Não houve feridos a registar e o exército israelita informou entretanto que os disparos foram "de advertência" e feitos para o ar, por os diplomatas estarem numa zona onde não tinham autorização para estar. Pediu desculpas pelo "incómodo".
As explicações das Forças de Segurança de Israel não acalmaram nenhuma das capitais dos países que viram os seus representantes alvejados sem aviso.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noel Barrot, anunciou que iria convocar o embaixador israelita e, na rede X, classificou o incidente como "inaceitável" referindo que seriam exigidas explicações ao embaixador.
Dublin condenou igualmente os disparos contra os diplomatas, dois dos quais eram irlandeses. Também Berlim condenou "firmemente" os tiros israelitas contra a missão diplomática e Roma convocou o embaixador israelita em Itália, para protestos formais contra a "advertência" de foi alvo um dos seus diplomatas que integrava o grupo.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha convocou por seu lado o encarregado de negócios da embaixada israelita. Os Países Baixos "condenaram" os tiros.
Egito e Turquia condenaram igualmente o incidente, ambos "nos termos mais fortes". Ancara pediu uma investigação imediata e responsabilização.
"Este ataque, que pôs em risco a vida dos diplomatas, é mais uma demonstração do desrespeito sistemático de Israel pelo direito internacional e pelos direitos humanos", afirmou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia , acrescentando que um diplomata do seu consulado em Jerusalém fazia parte do grupo. "Atacar os diplomatas constitui uma grave ameaça não só à segurança individual, mas também ao respeito e à confiança mútuos que constituem a base das relações interestatais", acrescentou o texto turco.
De acordo com as autoridades palestinianas, o grupo de diplomatas alvo dos tiros estava em missão oficial para um retrato da situação humanitária da cidade da Cisjordânia ocupada.
Os relatos referem que pelo menos dois soldados israelitas foram vistos a disparar sobre o grupo, quando os diplomatas estavam a ser entrevistados.
De acordo com a agência noticiosa palestiniana WAFA, o MNE da Autoridade
Palestiniana, no poder na Cisjordânia, indicou que os ataques tiveram
como objetivo "intimidar" os diplomatas.
A visita havia sido organizada pela Autoridade Palestiniana e coordenada com o exército israelita. Este indicou depois que as suas forças fizeram "disparos de advertência" após um grupo internacional de mais de 20 diplomatas se ter "desviado da rota aprovada" na visita. Em comunicado, o exército israelita acrescentou que "lamentou o incómodo" causado e anunciou que em breve terá lugar uma reunião com os diplomatas presentes nesta delegação.
Estavam presentes representantes da missão da União Europeia e de 14 países desta organização: Portugal, Áustria, Bulgária, Espanha, Lituânia, Polónia, Roménia, França, Países Baixos, Finlândia, Itália, Alemanha, Dinamarca e Bélgica.
A delegação tinha ainda diplomatas do Canadá, do Reino Unido, da Rússia e dos países latino-americanos Chile, México e Uruguai, bem como dos países árabes Jordânia, Marrocos, Turquia e Egito. Do continente asiático, estavam presentes diplomatas da China, da Coreia do Sul e do Japão.
De acordo com a lista, a visita incluiu também representantes do Programa Alimentar Mundial (PAM) e da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA).
A delegação tinha ainda diplomatas do Canadá, do Reino Unido, da Rússia e dos países latino-americanos Chile, México e Uruguai, bem como dos países árabes Jordânia, Marrocos, Turquia e Egito. Do continente asiático, estavam presentes diplomatas da China, da Coreia do Sul e do Japão.
De acordo com a lista, a visita incluiu também representantes do Programa Alimentar Mundial (PAM) e da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA).
com agências