O Supremo Tribunal da Austrália determinou esta terça-feira a anulação da sentença de seis anos de prisão aplicada ao cardeal George Pell, antigo tesoureiro do Vaticano, por abusos sexuais de dois menores perpetrados nos anos de 1990.
O plenário dos juízes do Supremo Tribunal da Austrália entendeu haver "uma possibilidade significativa de uma pessoa inocente ter sido condenada porque a prova não estabeleceu culpa com o nível de evidência exigido".
O acórdão, cujo conteúdo é revelado pela agência Efe, não é passível de recurso.
O processo de pedofilia contra George Pell assenta no testemunho de duas vítimas que o denunciaram em 2014. Um dos acusadores morreu após o início do processo, vítima do consumo de drogas.
De acordo com a defesa do antigo tesoureiro da Santa Sé, os dois juízes que haviam condenado o cardeal incorreram em erro ao exigir que cardeal provasse a inocência sobre os crimes que lhe foram imputados.
O Supremo Tribunal estabeleceu ainda que o júri "deveria ter duvidado da culpa do réu em relação a cada um dos crimes pelos quais foi condenado".
George Pell foi condenado em março de 2019 por cinco acusações de abuso sexual, incluindo uma de penetração oral, cometida contra duas crianças no coro da Catedral de São Patrício em 1996 e 1997. À dara era arcebispo de Melbourne.
c/ agências
