O Congresso dos EUA só tem algumas horas para aprovar um acordo orçamental, cuja proposta está longe de agradar a alguns republicanos que já lançaram inclusive um processo de destituição do seu líder, Mike Johnson.
Os debates em torno do orçamento federal reavivaram as querelas fratricidas entre republicanos, que duram há meses.
O Congresso tem de aprovar o orçamento antes da meia-noite [04.00 de Lisboa] para evitar o fim súbito de financiamento do Estado federal.
O texto passou uma primeira etapa crucial na manhã, ao ser aprovado, à justa, na Câmara dos Representantes, de maioria republicana.
Em pleno ano eleitoral, o orçamento motiva, desde há muito, um braço de ferro entre o campo do presidente democrata, Joe Biden, e os republicanos, controlados por Donald Trump.
O acordo alcançado entre a Casa Branca e o Congresso resultaram em um texto, divulgado na noite de quarta para quinta-feira.
Mas o acordo foi de imediato criticado pelos apoiantes de Trump.
"É um ataque atroz contra o povo [norte-]americano", afirmou a congressista Marjorie Taylor Greene.
Na sequência, Greene, conhecida pelas suas aberrações, provocações e observações injuriosas, lançou um processo de destituição do presidente da Câmara dos Representrantes, o seu correligionário Mike Johnson.
"Precisamos de um novo presidente" da Câmara, disse Greene a jornalistas, acusando Johnson, no cargo apenas desde outubro, de estar no "braço dos democratas".
O anúncio de Marjorie Taylor Greene do procedimento de destituição provocou uma onda de choque na capital dos EUA.
Mas ainda não é claro quando é que a proposta será discutida, nem quais são as suas hipóteses de sucesso.
Esta situação, se bem que espetacular, tem um ar de `já visto`.
O anterior presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, tinha sido destituído há apenas uns meses em cenário muito similar.
A questão em Washington é agora a de saber se Mike Johnson vai ser o segundo líder republicano a pagar os custos das divisões republicanas.
