Controlo governamental do Afeganistão caiu para o nível mais baixo

por Lusa

Washington, 01 nov (Lusa) - O controlo governamental do Afeganistão caiu nos últimos meses para o seu nível mais baixo, com os serviços de segurança a sofrerem perdas recordes, segundo um novo relatório divulgado hoje.

Desde que os relatórios trimestrais começaram em novembro de 2015, para avaliar o controlo do Governo afegão por distrito, este diminuiu 16 pontos percentuais, os distritos onde se regista contestação aumentaram 11 pontos e aqueles sob a influência ou controlo dos insurgentes aumentaram 5,5 pontos, segundo o relatório do Inspetor Geral para a Reconstrução do Afeganistão.

Este relatório trimestral, o 41.º, mostra a contínua fragilidade dos serviços de segurança afegãos e a resiliência dos extremistas islâmicos talibãs após 17 anos de guerra.

Dos 407 distritos administrativos do país, o Governo afegão controlava 226 em 31 de julho, ou seja, 55,5% do território. Estes números caíram um pouco em relação ao trimestre anterior (56,3%), mas diminuíram acentuadamente em relação ao território controlado pelo Governo no ano anterior (56,7%).

Além disso, o inspetor-geral John Sopko observou que, enquanto se preparava para divulgar seu relatório, o novo comandante em chefe do Exército dos Estados Unidos e da NATO no Afeganistão, o general Scott Miller, escapou a um ataque em Kandahar, uma área considerada sob controlo governamental.

O chefe de polícia da província, general Abdul Raziq, que é visto como um baluarte contra a insurgência no sul, foi morto no ataque, assim como o chefe dos serviços secretos da província e um jornalista.

Este ataque "lembrou-nos a violência que continua a devastar o Afeganistão e as dificuldades em estabelecer segurança em qualquer lugar deste país em guerra durante tanto tempo", acrescentou o inspetor-geral.

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