Copenhaga. Dinamarquês com antecedentes psiquiátricos acusado de matar três pessoas

por Carla Quirino - RTP
Olafur Steinar Gestsson - Ritzau Scanpix via Reuters

A polícia dinamarquesa exclui a tese de motivação terrorista no ataque perpetrado no domingo num centro comercial de Copenhaga. O alegado atirador estava já identificado pelos serviços de saúde por registar antecedentes psiquiátricos. O tiroteio fez três mortos e quatro feridos graves.

O homem, identificado como dinamarquês, tem 22 anos e está acusado de ser autor dos disparos no maior centro comercial da Dinamarca. Não tinha licença para possuir as armas usadas no ataque. As autoridades acreditam que que terá disparado aleatoriamente.

"A nossa avaliação é que estas são vítimas aleatórias", afirmou Soren Thomassen, inspetor-chefe da polícia de Copenhaga. "Era conhecido dos serviços de saúde mental por ter antecedentes de doença do foro psiquiátrico", sublinhou Thomassen em conferência de imprensa.

Testemunhas descrevem que mais de 100 pessoas correram para as portas de saída do espaço comercial, enquanto outras tentavam refugiar-se dentro de um restaurante e em lojas após os primeiros tiros terem sido ouvidos. Os funcionários do recinto terão barricado as portas e assim permaneceram por cerca de 45 minutos.

O suspeito foi detido às 17h48 (16h48 em Lisboa), enquanto carregava a arma, disseram os investigadores. Foi lançada uma operação de busca em toda a região local da Zelândia no início da noite de domingo, para descartar a possibilidade da existência de cúmplices.

"Vou esperar para comentar sobre o motivo, vingança ou não", disse o inspetor Thomassen, que também observou: "Não há indicação de que o suspeito tenha trabalhado com outras pessoas".

O suspeito deve comparecer em tribunal para uma audiência preliminar nas 24 horas após o ataque e será formalmente acusado de homicídio, confirmou a polícia.
Esta segunda-feira o inspetor Thomassen confirmou o número de vítimas: três pessoas mortas, um dinamarquês de 17 anos, uma dinamarquesa de 17 e um homem de 47 anos com cidadania russa que residia no país.

As outras quatro pessoas que foram baleadas estão identificadas como duas cidadãs dinamarquesas, uma mulher de 40 anos e uma mulher de 19, e dois cidadãos suecos, um homem de 50 anos e uma menina de 16 anos. Estão todos em estado grave.
Reações
"A Dinamarca foi atingida por um ataque cruel na noite de domingo. Vários mortos. E mais feridos. Famílias inocentes a fazerem compras ou a comer fora. Crianças, adolescentes e adultos”, disse a primeira-ministra Mette Frederiksen em comunicado na noite de domingo. "É incompreensível, chocante, sem sentido. A nossa bela e geralmente tão segura capital foi alterada numa fração de segundo", acrescentou.

A família real também reagiu em comunicado conjunto.

"Os nossos pensamentos e a mais profunda solidariedade estão com as vítimas, os seus parentes e todos os afetados pela tragédia", expressaram a rainha Margrethe, o príncipe herdeiro Frederik e a princesa Mary. "A situação exige unidade e cuidado e gostaríamos de agradecer à polícia, aos serviços de emergência e às autoridades de saúde pelos esforços rápidos e eficazes durante essas horas".

O cantor britânico Harry Styles cancelou o concerto de domingo que estava programado para a Royal Arena, a menos de 1,6 quilómetros do centro comercial. O musico escreveu no Snapchat: "A minha equipa e eu rezamos por todos os envolvidos no tiroteio no shopping de Copenhaga. Estou chocado. Com amor. H".
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