Confrontado no Parlamento Europeu com a sua acusação aos mediterrânicos, de gastarem dinheiro em "licor e mulheres", o chefe do Eurogrupo recusou desculpar-se. E explicou que não se referia a nenhum país mediterrânico em especial.
A declaração, emitida num contexto em que se falava da crise das dívidas soberanas, levantou imediatamente furiosas críticas no Parlamento Europeu. Segundo o diário El Pais, o eurodeputado do Partido Popular espanhol Esteban González Pons reclamou a demissão de Dijsselbloem como chefe do Eurogrupo. Outros dois deputados do Estado espanhol, Ernest Urtasun e Gabriel Mato, exigiram-lhe um pedido de desculpas.
Mas nem só a direita usou a declaração como arma de arremesso contra Dijsselbloem: também o seu correligionário social-democrata espanhol Javier López o acusou de ter assimilado "a mentalidade populista de Geert Wilders". O concorrente de Dijsselsbloem ao lugar de chefe do Eurogrupo, o também espanhol Luis de Guindos, foi mais moderado mas não deixou de considerar a declaração "infeliz" e de acrescentar que certamente "o próprio Dijsselbloem está arrependido das suas palavras".
Mas, bem pelo contrário, Dijsselbloem reafirmou o que dissera, como prova de que leva "muito a sério" o cumprimento das regras orçamentais. Apenas tentou apaziguar os ânimos dizendo que não queria ofender ninguém e não se referia a nenhum país em particular.