Coreia do Norte acusa Biden de manter uma "política hostil" em relação ao seu programa nuclear
Os EUA anunciaram no sábado que concluíram a revisão estratégica sobre a Coreia do Norte, cujo objetivo continua a ser a "desnuclearização completa da península coreana". Em resposta, Pyongyang acusa o Presidente norte-americano de procurar manter uma "política hostil" e prometeu uma "resposta adequada", antecipando uma "situação muito grave" para os EUA.
"Vamos trabalhar em estreita colaboração com os nossos aliados para enfrentar as ameaças representadas por esses dois países por meio da diplomacia e também de uma forte dissuasão", acrescentou Biden.
Por sua vez, no sábado, a Casa Branca anunciou que concluiu a revisão estratégica sobre a Coreia do Norte. “O nosso objetivo continua a ser a desnuclearização completa da península coreana”, indicou Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca.
Defendendo uma abordagem “realista” pela via diplomática, em estreita ligação com a Coreia do Norte e o Japão, Psaki manteve-se evasiva em relação a possíveis iniciativas, ao mesmo tempo que se distanciava das anteriores administrações.
“A nossa política não será centrada na busca de um grande acordo”, sublinhou, marcando claramente a diferença com a abordagem de Donald Trump. “Mas também não se apoiará na paciência estratégica”, adiantou, referindo-se a uma expressão utilizada durante a presidência de Barack Obama. Em vez disso, os EUA vão enveredar por uma "abordagem prática calibrada que está aberta e explorará a diplomacia" com a Coreia do Norte, enquanto faz "progressos práticos" no aumento da segurança para os EUA e seus aliados, explicou a porta-voz.
Os EUA deverão receber conselheiros de segurança nacional do Japão e da Coreia do Sul para uma discussão sobre a revisão estratégica em breve.
Pyongyang acusa EUA de manterem uma “política hostil”
A Coreia do Norte já respondeu aos EUA e acusa Biden de estar a procurar manter uma “política hostil”.
“As suas declarações refletem claramente a sua intenção de manter a aplicação de uma política hostil em relação à DPRK [Coreia do Norte], como foi feito pelos EUA durante mais de meio século”, afirmou Kwon Jong Gun, diretor-geral do Departamento de Assuntos dos EUA do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte.
Kwon Jong Gun apelidou ainda os comentários recentes de Biden sobre o programa nuclear norte-coreano de “intoleráveis” e de “um grande erro”, defendendo que é “irracional” e uma usurpação do direito de autodefesa da Coreia do Norte considerar a sua estratégia defensiva uma ameaça.
Agora que a política de Biden ficou clara, a Coreia do Norte "será obrigada a pressionar por medidas adequadas e, com o tempo, os EUA vão encontrar-se numa situação muito grave", concluiu Kwon Jong Gun.
Numa declaração separada, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros acusou ainda Washington de insultar a dignidade do líder Kim Jong-un ao criticar a situação dos direitos humanos da Coreia do Norte.
Para o porta-voz, os EUA estão a provocar e a “preparar-se para um confronto total com a Coreia do Norte e serão respondidos à altura”.
c/agências