Coreia do Norte agita ameaça de ataque nuclear à Coreia do Sul
Kim Yo-jong, irmã do líder do regime norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou a Coreia do Sul com um ataque nuclear. Algo que acontece pela segunda vez em 72 horas. Pyongyang responde desta forma à afirmação, por parte de Seul, de que o país tem capacidade para desencadear "um ataque preventivo" contra o Norte.
Em comunicado divulgado esta terça-feira pela agência estatal norte-coreana, Kim Yo-jong classifica como "sonho mirabolante" as afirmações do ministro sul-coreano da Defesa, Suh Wook, sobre um ataque preventivo à metade setentrional da Península Coreana.
"Histeria de um lunático". Foi assim que a irmã de Kim Jong-un se referiu às declarações do ministro da Defesa da Coreia do Sul.
Yo-jong acrescentou que Coreia do Norte não deseja uma guerra. Contudo, acenou com uma retaliação nuclear em caso de ataque por parte de Seul. O que, nas palavras da irmã do líder do regime de matriz estalinista, deixaria as estruturas militares sul-coreanas "à beira da destruição total e da ruína".
"A Coreia do Sul não é o nosso principal inimigo", acentuou ainda Kim Yo-jong, aludindo aos Estados Unidos.
"Se os exércitos dos dois lados lutarem entre si, toda a nação coreana sofrerá um desastre como o de há meio século, que poderia ser mais terrível, não importa qual dos lados vença ou perca numa guerra ou em combate", vincou.
"Canalha"
Kim Yo-jong havia já apelidado, no domingo, o ministro sul-coreano da Defesa de "canalha". Avisara também que Coreia do Sul corria o risco de "séria ameaça".
Kim Jong-un e a irmã na assinatura de documentos, a 27 de abril de 2018, em Panmunjon, na zona desmilitarizada que separa os dois países da Península Coreana | Reuters
A tensão entre os dois países da Península Coreana voltou a agudizar-se depois de Pyongyang ter retomado os testes de armamento estratégico. No final de março, procedeu mesmo ao primeiro ensaio de um míssil de longo alcance desde 2017.
A irmã de Kim Jong-un notabilizou-se pela influência no crítico dossier das relações peninsulares. É vice-diretora de departamento do Comité Central do Partido dos Trabalhadores.
c/ agências