Coreia do Norte celebra 75.º aniversário de "querido líder" Kim Jong-il

por Lusa

Pyongyang, 16 fev (Lusa) -- A Coreia do Norte celebra hoje o 75.º aniversário do nascimento do "querido líder" Kim Jong-il, que faleceu em 2011, dias depois de um recente teste de mísseis e do assassínio do meio-irmão do atual dirigente do país.

Como é tradição, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, visitou à meia-noite o Palácio do Sol de Kumsusan, na capital, Pyongyang, onde deixou uma oferenda floral junto dos corpos embalsamados do pai, Kim Jong-il, e do avô, Kim Il-sung, fundador do país caraterizado pelo culto da personalidade dos três líderes da dinastia Kim que o governa desde a sua fundação em 1948.

Kim Jong-un percorreu ainda, com Hwang Pyong, considerado o `número dois` do regime, uma estância do palácio, onde se encontram expostos automóveis, uma carruagem de comboio e inclusive um barco que o seu pai utilizou para as suas viagens dentro e fora da Coreia do Norte, de acordo com a agência oficial norte-coreana KCNA.

Além disso, a propósito do chamado "Kwangmyongsongjol" -- o "Dia da Estrela Brilhante" -- inaugura-se hoje na capital um festival de flores "Kimjongilia" e um baile massivo na praça Kim Il-sung que deverá ser coroado por um espetáculo de fogo-de-artifício.

Atendendo à data redonda, este ano o regime norte-coreano vai prolongar as celebrações até sexta-feira em honra de Kim Jong-il, tratado no país como "Querido Líder", que governou a Coreia do Norte com mão de ferro entre 1994 e 2011 e ficou conhecido por ter impulsionado o programa de armas nucleares do país.

Os norte-coreanos voltaram-se para os esplendores, completamente alheios à trama em torno do assassínio do meio-irmão do atual líder, Kim Jong-Nam que surpreendeu meio mundo, apesar de não ter havido informações sobre o caso na Coreia do Norte.

Embora continuem a aflorar detalhes sobre um caso cheio de incógnitas, a Coreia do Sul apressou-se a acusar indiretamente o regime norte-coreano de ter purgado o seu meio-irmão, Kim Jong-nam, filho mais velho do hoje homenageado Kim Jong-il.

O hermético país também parece indiferente, por estes dias, à tensão desencadeada pelo lançamento de um míssil balístico de meio alcance que realizou há apenas três dias e que valeu ao regime de Pyongyang uma nova condenação unânime por parte do Conselho de Segurança da ONU.

Kim Jong-il, que governou a Coreia do Norte com mão de ferro durante 17 anos, desde 1994 até à sua morte, em dezembro de 2011, deu um impulso aos programas de mísseis e armas nucleares do país sob a doutrina "Songun", que passa por dar prioridade às Forças Armadas.

Os anos em que Kim Jong-il esteve no poder também ficaram marcados pela escassez e pelo colapso do sistema de distribuição de alimentos, que causou entre 500 mil e mais de dois milhões de mortos devido à fome, no final da década de 1990.

O dirigente nasceu em 1942 no monte Paektu, no norte do país, segundo a versão oficial do regime, apesar de historiadores advogarem que na realidade veio ao mundo em território da antiga União Soviética.

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