A Coreia do Norte lançou esta sexta-feira dois “projéteis não identificados” que caíram ao largo da costa do Japão. Este é o sexto lançamento em menos de um mês e aconteceu depois de Pyongyang descrever o Presidente da Coreia do Sul como “insolente” e anunciar que as negociações entre os dois países vizinhos terminaram.
"O exército está a observar a situação no caso de outros lançamentos", acrescentaram as autoridades sul-coreanas, citadas pela Lusa.
No fim de semana passado, a Coreia do Norte já tinha lançado dois mísseis de curto alcance no mar do Japão. No entanto, o Ministério da Defesa do Japão comunicou que não sentia qualquer ameaça de segurança.
Esta série de testes acontece depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, concordarem em reiniciar as negociações para a desnuclearização.
Desde o final do mês de julho a Coreia do Norte já realizou, pelo menos, seis lançamentos balísticos. O lançamento desta sexta-feira ocorreu depois de os norte-coreanos denunciarem os exercícios militares da Coreia do Sul com os EUA e declararem que as negociações chegaram ao fim. Negociações de paz terminaram
No dia das celebrações da libertação da Coreia da ocupação japonesa, na quinta-feira, o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse que tinha como objetivo alcançar “a paz e a unificação até 2045”.
Horas antes do ensaio desta sexta-feira, a Comissão para a Reunificação do Pacífico, instituição na Coreia do Norte, respondeu em comunicado a estas declarações, sustentando que os ensaios conjuntos entre a Coreia do Sul e os EUA foram projetados para “destruir” o regime.
Referindo-se a Moon Jae-in como “insolente”, a Coreia do Norte questionou o seu discurso quando, "neste momento, a Coreia do Sul continua com exercícios militares conjuntos e fala de uma economia pacífica ou de um regime pacífico” e considera que, assim, “não tem o direito de o fazer".
Nesse comunicado, os norte-coreanos acusam a Coreia do Sul de ser responsável pelo congelamento das negociações entre os dois países e pela não implementação da “declaração histórica da Panmunjom”.
“A implementação da histórica declaração Panmunjom está agora num impasse e o poder para o diálogo norte-sul foi desfeito. Este é o resultado natural dos atos rebeldes do Presidente sul-coreano”.
As negociações de paz estão novamente num impasse.
“Não temos mais nada para conversar com as autoridades sul-coreanas, nem temos vontade de nos sentarmos com eles novamente”, concluiu a Comissão para a Reunificação do Pacífico.