Coreia do Norte liberta estudante norte-americano em coma

por Carlos Santos Neves - RTP
Warmbier foi detido em janeiro de 2016 no aeroporto de Pyongyang Kyodo/ Reuters

O regime norte-coreano libertou o estudante norte-americano Otto Warmbier, foi noticiado esta terça-feira. O jovem de 22 anos, agora deportado para os Estados Unidos, terá contraído botulismo e encontra-se em estado de coma há mais de um ano, de acordo com a família.

“Otto deixou a Coreia do Norte. Está num voo da Medivac, a caminho de casa. Infelizmente, está em coma e foi-nos dito que está nesse estado desde março de 2016. Soubemos disto há apenas uma semana”, explicaram em comunicado os pais do estudante, identificados como Fred e Cindy Warmbier.A libertação de Otto Warmbier foi entretanto confirmada pelo gabinete do secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson.


“Queremos que o mundo saiba como nós e o nosso filho fomos brutalizados e aterrorizados pelo regime pária da Coreia do Norte. Estamos muito gratos por finalmente poder estar com pessoas que o amam”, acrescentaram.

Warmbier foi detido em janeiro de 2016 no aeroporto de Pyongyang, ao preparar-se para regressar aos Estados Unidos.

As autoridades norte-coreanas alegavam então estar na posse de imagens de videovigilância que mostrariam o estudante da Universidade da Virgínia a tentar roubar um cartaz de propaganda no hotel da capital em que estava hospedado.
Quem é Otto?

Natural de Cincinnati, no Estado norte-americano do Ohio, Otto Warmbier estudou Economia na Universidade da Virgínia. Foi detido a 2 de janeiro do ano passado, no termo de uma viagem turística à Coreia do Norte.O regime norte-coreano mantém detidos outros três cidadãos dos Estados Unidos: o missionário Kim Dong-chul e os académicos Kim Sang-duk - ou Tony Kim - e Kim Hak-song.

Um mês depois de ser levado para os calabouços do regime de matriz estalinista, surgia perante as câmaras da televisão estatal norte-coreana a confessar o furto de que era acusado. Em lágrimas, diria ter tentado levar o cartaz como um “troféu” para uma igreja nos Estados Unidos.

“O objetivo da minha tarefa era prejudicar a motivação e a ética de trabalho do povo coreano”, afirmou, numa declaração que Washington considerou forçada.

A 16 de março, em julgamento sumário, Warmbier era condenado a 15 anos de prisão por crimes contra o Estado.
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