Coreia do Sul. Filmagens secretas de hóspedes de hotéis eram negócio

por RTP
Pawel Kopczynski - Reuters

Cerca de 1600 pessoas foram filmadas secretamente em quartos de hotéis na Coreia do Sul. As imagens eram transmitidas online para clientes, mediante pagamento. A informação foi tornada pública esta quarta-feira pela polícia sul-coreana.

Dois homens foram detidos. Outros dois estão sob investigação. O escândalo envolveu 42 quartos de motéis ou pousadas em dez cidades da Coreia do Sul.
A polícia não tem indicação de que as empresas de hotelaria estivessem envolvidas ou fossem cúmplices neste esquema ilegal.

As câmaras estavam escondidas dentro de caixas de TV digitais, tomadas de parede e suportes de secador de cabelos. As imagens eram transmitidas online, confirma em comunicado o Departamento de Investigação Cibernética da Agência Nacional de Polícia.

O site tinha mais de quatro mil membros, 97 dos quais pagavam uma taxa mensal de cerca de 45 euros para aceder ao conteúdo das imagens com capacidade para fazer replay, ou seja, fazer recuar a imagem.

De novembro de 2018 a março de 2019, o serviço rendeu o equivalente a mais de seis mil euros de lucro aos infratores, informou a polícia sul-coreana.

"Houve um caso semelhante no passado, onde as câmaras ilegais foram secretamente instaladas e observadas de forma consistente e secreta, mas esta é a primeira vez que a polícia deteta vídeos transmitidos ao vivo pela internet", adiantou a polícia.
Spycams, um problema sul-coreano

As autoridades da Coreia do Sul enfrentam uma verdadeira praga de câmaras ocultas e filmagens ilícitas. Em 2017, foram denunciados à polícia mais de 6400 casos de filmagens ilegais - em 2012 o úmero destes casos era de 2400.

No ano passado, dezenas de milhares de mulheres saíram às ruas de Seul e de outras cidades para protestar contra esta prática ilegal, sob o slogan "A minha vida não é a vossa pornografia".

Para fazer face a esta prática ilegal, a polícia sul-coreana formou um esquadrão especial de mulheres inspetoras que tem vindo a realizar buscas regulares em cerca de 20 mil casas de banho públicas da capital.
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