Coronavírus. Maioria dos casos são ligeiros e idosos são os mais vulneráveis

por RTP
Os números mais recentes apontam para mais de 73 mil casos confirmados e 1.874 mortes a nível global Foto: Tyrone Siu - Reuters

O maior estudo até ao momento sobre o novo coronavírus (Covid-19), elaborado com base em mais de 44 mil casos, revelou que mais de 80 por cento dos mesmos são ligeiros e que as pessoas idosas ou com problemas de saúde prévios são as que correm maiores riscos.

O documento, da autoria do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças e divulgado na segunda-feira, explica que 13,8 por cento dos casos de infeção são considerados severos, por resultarem no desenvolvimento de doenças como a pneumonia, e apenas 4,7 por cento são considerados críticos.

No que diz respeito a vítimas fatais, pessoas com mais de 80 anos são as mais suscetíveis. A probabilidade de morte vai sendo mais elevada conforme o aumento da faixa etária e, até aos 69 anos, o número de mortes revelou-se baixo.

Além de idosos, pessoas com doenças cardiovasculares são das mais vulneráveis, seguindo-se pessoas que sofram de diabetes, doenças respiratórias crónicas e hipertensão.

Em média, a taxa de mortalidade do Covid-19 fixa-se em cerca de 2,3 por cento, com mais homens do que mulheres a morrer. O número de mortos já ultrapassou os registados nos surtos de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e MERS (Síndrome Respiratória do Médio Oriente).

Os números mais recentes apontam para mais de 73 mil casos confirmados e 1.874 mortes a nível global. Dos que foram infetados, cerca de 13 mil conseguiram recuperar.

O documento sublinha que a província de Hubei, em Wuhan, epicentro do surto, é a mais afetada de toda a China, com uma percentagem de mortes de 2,9 por cento em comparação com os 0,4 por cento no resto do país.
Riscos para os profissionais de saúde
O estudo refere também o elevado risco para o pessoal médico. Ainda esta terça-feira foi anunciada a morte do diretor de um hospital da cidade chinesa de Wuhan na sequência de infeção por coronavírus.

De acordo com os autores do documento, mais de três mil trabalhadores na área da saúde foram infetados e cinco tinham morrido até ao dia 11 de fevereiro, último dia do período analisado pelo estudo.

O aumento do número de casos entre a população tem vindo a mostrar-se ligeiramente menor desde o início de fevereiro, mas o estudo alerta que esta tendência pode alterar-se no final do atual período de férias na China, altura em que os locais voltam ao país de origem para regressarem ao trabalho e às aulas.

“O isolamento de cidades, a transmissão de informação importante (tal como a promoção de cuidados a ter, como o uso de máscaras ou a lavagem das mãos) com muita frequência e através de múltiplos canais, assim como a mobilização de equipas que dão resposta rápida ao vírus, são medidas que parecem estar a ajudar ao controlo da epidemia”, relata o estudo chinês, citado pela BBC.

Ainda assim, “o país tem de preparar-se para um possível retrocesso”, aconselham os especialistas.
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