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Coronavírus. OMS deixa apelo urgente a todos os países para se prepararem

por RTP
Dois passageiros vindos da China, possivelmente infetados com o COVID-19, espreitam pela janela do autocarro dia 20 de fevereiro de 2020, em Kharkiv, Ucrânia, a caminho do local de quarentena. Reuters

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde deixou este sábado um apelo urgente a todos os países para prepararem a sua resposta ao novo coronavírus, devido ao registo de novos casos sem qualquer ligação epidemiológica clara.

Na sua página oficial da rede Twitter, onde tem estado a transmitir em direto o seu relatório matinal, Tedros Adhanom Ghebreyesus reconheceu que, apesar do reduzido número de contágios fora da China, têm estado a surgir pessoas infetadas que não tiveram contacto com qualquer caso confirmado, nem historial de viagens para a China.


O diretor-geral da OMS salientou ainda a necessidade imperativa de evitar que o vírus chegue países com sistemas de saúde frágeis, como os das economias mais pobres.

Tedros anunciou este sábado, que estão identificados 13 destes países em África, devido aos seus laços com a China. Apelou ainda a doações de 675 milhões de dólares, em apoio aos países mais vulneráveis.
A OMS afirmou sexta-feira, que a janela de oportunidade para evitar uma pandemia está a fechar-se. Pequim anunciou que a epidemia está sob controlo no país, mas a Organização Mundial de Saúde mantém-se prudente.

A Itália confirmou esta manhã a segunda morte devido ao COVID-19 em menos de 24 horas, a República Islâmica do Irão anunciou mais 10 casos e a quinta morte em três dias, e a Coreia do Sul quase duplicou o número de infetados desde sexta-feira, para um total de 443.

As autoridades de Seul assinalaram que o surto mais recente, identificado num hospital de Cheongdo, terá tido como paciente zero uma mulher de 61 anos que não sabia estar infetada.

Salientam que não há registos de que a mulher tenha viajado para fora da Coreia do Sul nas últimas semanas.

Também a Itália, com 30 casos, 16 dos quais ligados a uma única casa em Codogno, a 60 quilómetros de Milão, garante que não foram detetadas ligações a locais ou pessoas contaminadas com o COVID-19.

O presidente da região de Veneza, Luca Zaia, afirmou à RaiNews24 que "a grande questão" é precisamente a origem da infeção, já que dos doentes não tiveram "qualquer contacto" com chineses ou com pessoas vindas da China.

A Itália é por enquanto o país europeu mais atingido pela epidemia. Além de três casos em Roma, todos os pacientes se localizam no norte do país.

A OMS assumiu estar particularmente preocupada com o surto no Irão, onde o número de casos, 28 já este sábado, tem estado em rápida progressão e inclui cinco mortes em poucos dias.
No seu epidentro, a epidemia parece estar a ficar sob controlo, sem quaisquer novos casos confirmados nas últimas 24 horas. Até este sábado, a China reportou à OMS um total de 75,569 casos, incluindo 2,239 mortes.

De acordo com os dados recolhidos até agora, a doença mantém-se moderada em 80 por cento dos pacientes, sendo grave ou crítica para os restantes 20 por cento. O vírus tem sido fatal em cerca de dois por centos dos casos.

O risco de morte aumenta para as pessoas mais idosas, acrescentou Tedros esta manhã, sublinhando que têm sido registados muito poucos casos entre crianças.

Fora da China, foram comunicados 1,200 casos em 26 países, com 12 mortes, incluindo uma fatalidade no Egito, a primeira no continente africano, ocorrida a meio da semana.

O responsável da OMS alertou ainda para a ameça que o alastrar da epidemia, em cerca de sete semanas, significa para a estabilidade do mundo inteiro.
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