Coronavírus pode sobreviver até nove dias em superfícies contaminadas

por RTP
Noel Celis/Pool via Reuters

O estudo publicado no Journal of Hospital Infection demonstrou que o novo coronavírus pode sobreviver até nove dias em superfícies e objetos inanimados se estes não tiverem sido desinfetados e se estiverem na temperatura ambiente. Isso significa que, se uma pessoa estiver em contacto direto com a superfície nesse período, poderá ser infetada.

"Com base nos dados atuais disponíveis, eu confiaria principalmente nos dados do coronavírus SARS, que é o parente mais próximo do novo coronavírus - com 80 por cento de semelhança de sequência - entre os coronavírus testados. Para o coronavírus SARS, o intervalo de persistência nas superfícies durou menos de cinco minutos a nove dias”, afirmou Charles Chiu, diretor do Centro de Descoberta e Diagnóstico Viral da USCF-Abbott, em declarações à CNN. 

Charles Chiu acrescentou que são necessários mais estudos sobre o novo coronavírus para "estabelecer a duração que pode ter em superfícies".

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) nota que os coronavírus se espalham com mais frequência a partir de gotículas respiratórias, através da tosse ou dos espirros. "Pode ser possível que uma pessoa fique infetada com o COVID-19 ao tocar numa superfície ou num objeto que contenha o vírus e, em seguida, tocando na sua própria boca, nariz ou nos olhos, mas achamos que essa não é a principal forma de propagação do vírus", pode ler-se no site do CDC.

De acordo com o estudo, a limpeza com produtos domésticos comuns pode fazer a diferença. Isto porque o coronavírus humano pode ser inativado de forma eficiente através de procedimentos de desinfeção de superfície com 62-71% de etanol, 0,5% de peróxido de hidrogênio ou 0,1% de hipoclorito de sódio, ou ainda com lixívia num minuto.

Apesar das semelhanças entre os outros coronavírus e o novo, também existem algumas diferenças.

“Parece que o COVID-19 não é tão mortal quanto os outros coronavírus, incluindo SARS e MERS", referiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, acrescentando que "mais de 80% dos pacientes que têm doenças leves recuperam".

"Em cerca de 14 por cento dos casos, o vírus causa doenças graves, incluindo pneumonia e falta de ar. E cerca de cinco por cento dos pacientes têm doenças críticas, como insuficiência respiratória, choque séptico e o fracasso de múltiplos órgãos", acrecentou o responsável. 

Embora a nova taxa de mortalidade por coronavírus seja menor do que a SARS e MERS, Neil Ferguson, professor do Imperial College em Londres, comparou o surto à pandemia de gripe espanhola de 1918. "É uma preocupação significativa a nível global", disse Ferguson, referindo que ainda não se entendeu verdadeiramente a gravidade deste surto.
 
O professor acredita que a taxa de mortalidade será provavelmente menor devido a casos mais leves que ainda não foram identificados, mas destaca que os novos vírus se espalham muito mais rapidamente pela população.

Com o aumento do número de infetados e num esforço para conter o vírus, o Banco Central da China tomou medidas para limpar e destruir o seu dinheiro, uma vez que este muda de mãos várias vezes ao dia.
Tópicos
pub