Covid-19. China com 47 novos casos importados

por Cristina Sambado - RTP
Reuters

A China anunciou esta quarta-feira 47 novos casos de Covid-19, todos oriundos do exterior, numa altura em que o país começa a retirar as medidas de isolamento na província de Hubei. Pequim está a regressar lentamente à normalidade.

Nas últimas 24 horas, morreram mais quatro pessoas, o que fixa o número de vítimas mortais em 3281.

Desde o inico do surto, em dezembro, 693.223 pessoas em contacto próximo com infetados estiveram sob vigilância médica, incluindo 13.356 ainda sob observação, de acordo com dados oficiais.

A cidade de Wuhan, capital de Hubei, onde foram detetados os primeiros doentes, voltou a não registar casos de contágio local, indicou a Comissão de Saúde chinesa.

Na cidade onde começou o surto do novo coronavírus as autoridades locais reduziram o risco de nível epidémico de “alto” para “médio”.
Ao longo de mais de uma semana, a maioria dos casos identificados pelas autoridades chinesas é de pessoas chegadas do exterior, numa altura em que a transmissão comunitária quase desapareceu.


Quando a doença começou a atingir o resto do mundo, muitos chineses regressaram ao país. De acordo com dados oficiais, a China registou quase 450 casos de infeção oriundos do exterior.

Em Pequim, Guangdong e Fujia os casos importados recuaram, embora a contagem diária de novas infeções atinja um recorde de 19 casos no centro financeiro de Xangai.

Devido ao aumento de casos importados, a China está a aumentar as regras de quarentena e triagem aos viajantes que chegam ao país.
Voos cancelados
A cidade de Quanzhou, na província de Fujian, vai cancelar, a partir de 26 de março, todos os voos internacionais e regionais, depois ontem ter registado quatro casos importados das Filipinas.

Já o aeroporto internacional de Quanzhou Jinjiang vai cancelar 17 rotas, incluindo as que ligam Manila, Hong Kong e Macau, informou o Governo Fujian em um comunicado.

As viagens para dentro e fora de Pequim, que tem mais de 20 milhões de habitantes, continuam a ser rigidamente controladas. Quem entra na cidade é sujeito a testes laboratoriais e a um período de quarentena, de 14 dias, em instalações designadas pelas autoridades e que cobram até 100 euros por noite.

Pequim já desviou os voos do exterior para outras cidades onde os passageiros serão rastreados e colocados em quarentena.

Para impedir uma segunda vaga de contágios no país, o Governo chinês impôs uma quarentena rigorosa de 14 dias a quem entrar na China.

As viagens para dentro e fora de Pequim,que tem mais de 20 milhões de habitantes, continuam a ser rigidamente controladas. Quem entra na cidade é sujeito a testes laboratoriais e a um período de quarentena, de 14 dias, em instalações designadas pelas autoridades e que cobram até 100 euros por noite.
Assintomáticos aumentam risco de nova vaga
A existência de um número substancial e desconhecido de portadores assintomáticos do novo coronavírus na China levanta preocupação de que as pessoas continuem a espalhar a Covid-19 sem saber que estão doentes.

Os casos assintomáticos apresentam um grande desafio no controlo de doenças infecciosas, o que dificulta a deteção e a interrupção da transmissão.

Os doentes assintomáticos são descobertos através do “rastreamento de contactos”. As autoridades identificam as pessoas expostas a alguém com diagnóstico confirmado e, se tiverem um resultado positivo, estarão em quarentena, manifestando ou não sintomas.

"Todos os pacientes assintomáticos foram descobertos durante nosso rastreamento de contatos", afirmou Wu Zunyou, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China.

Na China, os casos assintomáticos não são incluídos nos dados oficiais, avança a Reuters. O que para alguns especialistas pode criar um quadro errado sobre a propagação da pandemia e se está ou não controlada.

No entanto, as autoridades chinesas afirma que os casos assintomáticos será adicionados às listas de doentes confirmados se apresentarem sintomas à posteriori.

Não está claro, para já, quantos casos assintomáticos permanecem sem diagnóstico e, portanto, sem quarentena.

Alguns especialistas alertam para o facto de as pessoas assintomáticas e não detetadas poderem criar novas cadeias de transmissão assim que os bloqueios forem levantados.
Pequim regressa lentamente à normalidade
A capital chinesa começa lentamente a regressar à normalidade. O jardim zoológico e parte da Grande Muralha já reabriram aos visitantes, com entradas controladas.

Outros locais turísticos continuam encerrados, incluindo a Cidade Proibida, o Ex libris de Pequim, mas muitos residentes começam finalmente a sair de casa, seduzidos pela chegada da primavera e o desabrochar das flores de cerejeira, depois de dois meses em confinamento, devido ao surto do novo coronavírus.

"O mundo está mais limpo e há menos gente na rua", comentou à Lusa uma chinesa natural da província de Hunan, e que só recentemente voltou a sair à rua.A paragem da atividade industrial melhorou os índices de qualidade do ar em Pequim. E o habitual manto de poluição que cobre a cidade diminuiu.

No entanto, o acesso a alguns locais continua a ser limitado, para evitar agrupamentos. Nos restaurantes, mede-se a temperatura corporal à entrada e preenche-se uma ficha com o nome e o número de telemóvel. Apenas se podem sentar dois clientes por mesa e cada mesa está separada por cerca de dois metros.

As autoridades apontam a necessidade de evitar infeções cruzadas, embora apontem que as restrições serão gradualmente reduzidas caso não haja uma ressurgência do surto.

Os transportes públicos continuam a operar e muitos escritórios reabriram, embora o acesso aos edifícios esteja restrito aos funcionários das empresas e se faça desinfestação diária dos lugares comuns.

Na província de Hubei foram levantas as restrições de circulação aos cidadãos que tenham uma declaração das autoridades de saúde.

A cidade de Wuhan, que está isolada desde 23 de janeiro, vai manter as restrições até 8 de abril.

c/ agências
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