Crianças separadas das famílias na fronteira dos EUA com o México

por RTP
Esta situação vem na sequência da política de “tolerância zero” aplicada pela administração de Donald Trump Edgard Garrido - Reuters

As Nações Unidas apelaram aos Estados Unidos para que deixem de separar dos pais as crianças refugiadas que chegam à fronteira com o México, acrescentando que tal constitui um crime.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, centenas de crianças estão sob custódia das autoridades desde outubro do ano passado, incluindo um bebé de um ano.

Esta situação vem na sequência da política de “tolerância zero” aplicada pela Administração de Donald Trump, segundo a qual as pessoas que sejam apanhadas a entrar ilegalmente nos Estados Unidos são detidas, mesmo que tal implique separá-las dos filhos.

“Os Estados Unidos devem suspender imediatamente esta prática”, afirmou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos. “Separar crianças das suas famílias equivale a uma interferência ilegal na vida familiar e constitui uma grave violação dos direitos da criança”, acrescentou.
"A culpa é dos democratas"
Apesar de os Estados Unidos serem o único país do mundo que não ratificou a Convenção dos Direitos da Criança, Shamdasani acredita que isso não deve impedir que cumpram com os direitos dos menores. “Os interesses da criança devem vir sempre em primeiro lugar, devendo por isso estar acima dos objetivos de gestão dos migrantes e de outras preocupações administrativas”, declarou.

A Administração Trump anunciou recentemente que irá em breve começar a registrar as impressões digitais dos pais que alegam a custódia das crianças que entraram ilegalmente nos Estados Unidos e que foram separadas das famílias.

Donald Trump utilizou o Twitter para culpar o partido da oposição, afirmando que "separar as famílias na fronteira é culpa da legislação aprovada pelos democratas”.
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