O presidente russo assinou esta sexta-feira, 48 horas após a notícia da morte do patrão do grupo Wagner, um decreto que obriga elementos de organizações paramilitares a prestarem juramento à Rússia, nos moldes dos operacionais das tropas regulares.
Ao abrigo do decreto de Vladimir Putin, os combatentes de grupos paramilitares devem jurar "fidelidade" e "lealdade" à Rússia, além de "seguir rigorosamente as ordens dos seus comandantes e superiores".
O decreto também determina que os paramilitares devem comprometer-se a “respeitar sagradamente a Constituição Russa”, a “desempenhar conscientemente as tarefas que lhes forem confiadas” e a “defender corajosamente a independência e a ordem constitucional” do país.O decreto abrange pessoas alistadas como combatentes voluntários, as que "contribuem para a execução das tarefas atribuídas às Forças Armadas russas" e outros "órgãos e formações militares", incluindo as forças de defesa territorial formadas durante o conflito na Ucrânia.
O texto é assinado dois dias após ser conhecida a notícia da queda do avião que transportava Yevgeny Prigozhin, número um do grupo Wagner, e dois meses depois do motim desta organização contra a hierarquia militar russa.
A atividade mercenária fica proibida por lei na Rússia, mas serão toleradas as atividades de "empresas militares privadas" que oferecem oficialmente serviços relacionados com segurança, sendo que o grupo Wagner é o mais importante e mais reconhecido.Kremlin rejeita responsabilidade
O Kremlin negou esta sexta-feira ter ordenado o assassinato do patrão do grupo Wagner.
"É uma mentira absoluta, devemos abordar este problema com base em factos", disse Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.
“Não há ainda muitos factos. Precisam de ser estabelecidos no decurso de ações de investigação”, salientou.
“Atualmente, em torno do desastre aéreo e das trágicas mortes de passageiros, em particular de Yevgeny Prigozhin, há muita especulação e sabemos bem em que direção se está a especular no Ocidente”, acrescentou.
Peskov salientou que a investigação sobre as causas da queda do avião está ainda em curso e lembrou que o próprio presidente apelou na quinta-feira para se “aguardar os resultados”.A morte de Prigozhin continua a ser presumida, uma vez que os testes de ADN para identificar os corpos das dez pessoas que estavam a bordo ainda não foram concluídos.
Os investigadores não se pronunciaram sobre as pistas que estavam a examinar, não mencionando nem a teoria de um acidente nem a de uma bomba, de um míssil terra-ar ou de um erro de pilotagem.
Os serviços secretos norte-americanos garantem que foi uma bomba a bordo e não um míssil terra-ar como chegou a ser avançado.
c/ agências