Défice comercial com a China não causa perda de emprego nos Estados Unidos-Pequim

por Lusa

O défice comercial de Washington com Pequim não "está diretamente relacionado" com a perda de empregos na indústria manufatureira norte-americana, assegurou hoje o ministério do Comércio chinês, num relatório sobre a relação entre as duas economias.

"Uma série de estudos evidenciou que a redução de postos de trabalho na indústria manufatureira dos Estados Unidos deve-se aos avanços tecnológicos e à modernização da indústria. O que não está diretamente relacionado com o défice comercial dos EUA com a China", referiu o documento.

De acordo com um relatório do Departamento de Comércio de Washington, o défice comercial dos EUA com a China cresceu cerca de 7%, em março, face a fevereiro, para 24.600 milhões de dólares.

Pequim afirmou ter realizado "grandes esforços" para equilibrar a balança comercial e transmitiu a disposição para alcançar uma relação "mais equilibrada", no intercâmbio de mercadorias e investimento.

"A China está disposta a realizar esforços conjuntos com os Estados Unidos para encorajar as empresas chinesas a participar na construção de infraestruturas nos EUA, abrir mais mercados, promover investimentos em ambos os lados e as negociações de acordos bilaterais de investimento", apontou.

A China poderá também aumentar as importações de energia, produtos agrícolas, alta tecnologia ou serviços norte-americanos.

O elevado défice comercial dos Estados Unidos com a China foi central durante a campanha eleitoral de Donald Trump, que chegou a acusar Pequim de manipular a divisa para obter benefícios comerciais e ameaçou impor elevadas taxas sobre os produtos chineses.

Desde que chegou ao poder e após uma reunião bilateral com o Presidente chinês, Xi Jinping, Donald Trump moderou a posição em relação à China, ainda que continue a instar Pequim a cumprir as regras do jogo "justas e equilibradas".

De acordo com dados oficiais norte-americanos, o défice comercial de bens e serviços dos Estados Unidos subiu 0,4%, em 2016, para 502.300 milhões de dólares, o montante mais alto desde 2012.

O saldo negativo no comércio com a China caiu 5,5%, durante o mesmo período, fixando-se em 347.000 milhões de dólares, abaixo do recorde estabelecido em 2015, de 367.000 milhões.

 

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