Três membros de uma delegação comunista francesa foram detidos hoje em Agri, na Turquia, onde se tinham deslocado como observadores das eleições presidenciais e legislativas, anunciou o Partido Comunista Francês (PCF) num comunicado.
"O poder turco quer assim reprimir todas as vozes que divulgam as fraudes em massa, nomeadamente escrevendo no (rede social) Twitter que `os membros da delegação seriam falsos observadores que tentariam manipular as eleições`", indicou o PCF.
"Eles foram detidos e impedidos de realizar a sua missão. Foram ouvidos por um procurador que ficou com os seus passaportes. Estão retidos na esquadra até ao final da votação", precisou à rádio Franceinfo o secretário-geral do Partido Comunista, Pierre Laurent.
A agência turca Anadolu informou que foram instaurados processos judiciais contra 10 estrangeiros acusados de se terem feito passar por observadores internacionais.
O principal partido da oposição turco já divulgou tentativas de fraude durante as eleições.
"Chegaram-nos numerosas queixas", sobretudo da província de Sanliurfa (sudeste), declarou o porta-voz do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), Bulent Tezcan, que enumerou vários exemplos de tentativas de introduzir votos falsos nas urnas.
Mais de 56 milhões de eleitores foram chamados hoje às urnas para escolherem o seu presidente e deputados num escrutínio que marca a passagem do sistema parlamentar em vigor para um regime presidencialista.
PAL // JPS