O Presidente brasileiro sobreviveu à segunda denúncia judicial num espaço de seis meses. Com o Brasil a enfrentar a maior crise dos últimos anos, a popularidade de Michel Temer está cada vez mais em baixo.
A denúncia feita pelo antigo procurador-geral da República Rodrigo Junot pedia uma investigação ao Presidente brasileiro, bem como aos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretário Geral da Presidência), por organização criminosa e obstrução à justiça.
Esta foi a segunda denúncia contra Michel Temer que chegou nos últimos seis meses à Câmara dos Deputados, sendo a primeira vez que um Presidente brasileiro fica sujeito à possibilidade de uma investigação judical.
Para a denúncia ser aprovada precisava de pelo menos 342 votos, dois terços dos 513 deputados.
Logo a seguir à votação, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse acreditar ser "possível o Governo reconstruir a maioria parlamentar, caso não haja retaliações aos deputados que votaram contra”.
Desde a primeira denúncia por corrupção passiva, a 29 de junho, que Temer tem caído a pique nas sondagens. A par do escândalo, o Brasil atravessa a maior crise dos últimos anos com a descida dos preços do petróleo e das matérias-primas.
Temer indisposto
A sessão da Câmara dos Deputados contou com um acontecimento inesperado: a notícia de que o Presidente brasileiro fora hospitalizado.
Michel Temer ficou indisposto com uma “obstrução urológica” e passou a tarde a realizar exames médicos no hospital militar de Brasília. Pouco depois das 20h00, o presidente saiu pelo próprio pé e disse aos jornalistas: “Tô inteiro”.
Sem conhecerem o estado de saúde de Temer, alguns deputados chegaram a propor o adiamento da votação mas a ordem do Palácio do Planalto foi para “tocar em frente”.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, chegou mesmo a afirmar: “Não vou esperar a vida inteira. Estou aqui desde às 9h00. Todo o mundo sabia que a sessão seria hoje”.